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Desde 1961, com a chocante renúncia de Jânio Quadros e a conturbada posse de Jango, as reuniões de Kennedy sobre nosso país eram monotemáticas: como impedir que o Brasil se tornasse uma gigantesca Cub...
Parte desse material ganhou destaque no lho e pai Camillo e Flávio Tavares – autor de um grande livro sobre a luta contra o regime, Memórias do Esqu...
Informação ainda não se analisou nem 20% dos arquivos dos órgãos de repressão brasileiros.
De qualquer forma, as informações disponíveis já permitem cravar: Jango caiu com um empurrão dos Estados Uni...
O que levou os Estados Unidos a intervir no governo de João Goulart?
Na realidade, a grande aposta dos Estados Unidos era nas eleições de 1964, quando existia a possibilidade do então governador da Guanabara, Carlos Lacerda, assumir o poder, um político claramente mais amigável à política norte-americana
Inicialmente, o governo americano se propôs a destinar cerca de US$ 10 bilhões à América Latina. Porém, poderia chegar a US$ 20 bilhões com investimento privado. Para fins de comparação: o Plano Marshall, que foi um projeto de ajuda econômica à Europa no pós Segunda Guerra, destinou US$ 13 bilhões.
Contudo, para receber esse apoio norte-americano, era necessário cumprir alguns requisitos, tais como: ser um governo democrático, realizar reformas tributárias progressistas, agrária, política, educacional, entre outros. “Não era apenas um programa de ajuda econômica, mas um programa que se queria condicionar uma transformação substancial da situação econômica e social latino-americana e ao mesmo tempo fortalecendo instituições democráticas. Claramente uma resposta à Revolução Cubana”, afirma Loureiro.
Governos Quadros e Goulart
A principal percepção da pesquisa é a diferença na postura dos Estados Unidos frente ao governo de Jânio Quadros e João Goulart (popularmente conhecido como Jango).
Durante o governo de Jânio, os americanos tiveram uma posição muito mais compreensiva e flexível. O maior exemplo, apresentado na conclusão da pesquisa, está nas tentativas norte-americanas de fazer o FMI (Fundo Monetário Internacional) ter regras mais brandas ao emprestar dinheiro para o Brasil.
Já no governo Goulart isso muda radicalmente. Vale lembrar que Jango não era tão bem visto pelas elites econômicas da época, principalmente porque possuía boas relações com o movimento sindical e era considerado um político mais alinhado à esquerda. Por esse motivo, após a renúncia de Jânio Quadros, Goulart assumiu a presidência com poderes reduzidos. A partir desse momento, os Estados Unidos também mudam suas regras para o programa Aliança para o Progresso e começa a condicionar os empréstimos segundo os critérios do FMI, o que dificulta muito a política econômica brasileira.
Um dos motivos apresentados pela pesquisa para essa disparidade de tratamento entre os dois governos brasileiros é justamente o contato mais próximo que Goulart tinha com setores da esquerda. Porém, Loureiro enfatiza que isso não significava que os EUA viam João Goulart como um comunista, mas, sim, que seu governo poderia abrir brechas para que movimentos comunistas se instalassem no país.
EUA e o golpe de 64
Um importante resultado da pesquisa é que, diferentemente do que comumente se pensa, os Estados Unidos não romperam imediatamente relações com o governo Goulart.