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Explicação:
No dia 6 de fevereiro de 1922, Achille Ratti (1857-1939), o recém-eleito papa Pio XI, surgiu na sacada da Basílica de São Pedro para abençoar a multidão que se apinhava na praça. Os fiéis caíram de joelhos ao avistar o novo pontífice. Era a primeira vez que um papa aparecia em público desde 1870. Na ocasião, as tropas do rei Vítor Emanuel II tomaram Roma em nome da unificação italiana e reivindicaram a capital dos Estados Papais como capital do Reino da Itália. Os monarcas católico e italiano se transformaram em inimigos ferozes. Pio IX, papa na época, se autoproclamou “prisioneiro do Vaticano”, um título que seus sucessores tomaram por empréstimo, assim como o hábito de jamais passear ao ar livre e apenas abençoar as multidões escudado pelas paredes da basílica. Quase meio século depois, a aparição pública de Pio XI foi também um ato político. Não eram mais os soldados do rei que perseguiam a Igreja, mas os camisas-negras, tropas fascistas que saqueavam igrejas, espancavam católicos e forçavam padres a tomar óleo de rícino, provocando vergonhosa diarreia nos sacerdotes. O líder desses bandos de arruaceiros era Benito Mussolini (1883-1945), que trocara a bagunça das ruas pela liturgia parlamentar.
Bons estudos!