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Resposta:
O despotismo esclarecido vingou sobretudo no leste europeu e na península ibérica, países mais atrasados na época, onde o feudalismo e o mercantilismo ainda sobreviviam, mas já davam sinais de desgaste.
Estes “laboratórios” de ideais iluministas visavam acelerar o processo de modernização dessas regiões, alegando a “felicidade do povo” como motivação para profundas reformas. Tais investidas teriam relativo sucesso com o passar dos anos, e suas características variavam de país para país:
Áustria – Maria Tereza despertou a reação, a reprovação e a revolta do clero e da nobreza taxando as grandes fortunas. O dinheiro arrecadado ajudou a financiar a criação do exército nacional.
Prússia – Frederico II reformou o sistema penal, abolindo a pena de morte e a tortura que eram praticadas pelo seu próprio pai. Fundou escolas, incentivou a cultura e decretou a tolerância religiosa.
Rússia – Catarina II, nascida na Prússia, assumiu o império Russo e construiu escolas, hospitais e até mesmo cidades inteiras. Reformou a administração pública e ampliou o território do país, levando-no a um grande desenvolvimento. Mas, em muitos momentos, priorizou seus amantes em detrimento do governo.
Espanha – Carlos III, um pacifista, promoveu grandes reformas econômicas, com destaque para a ampliação da indústria têxtil. Enfraqueceu os mosteiros, diminuindo seus privilégios. Promoveu a ciência e as pesquisas universitárias visando à modernização do comércio e da agricultura. Suas reformas, no entanto, não foram duradouras.
Portugal – O Marquês de Pombal, conde que administrou Portugal durante o reinado de Dom José I, estabeleceu um governo tão peculiar que ficou conhecido como “despotismo pombalino”. Desenvolveu o comércio colonial isentando impostos sobre exportações, fundou o Banco Real, expulsou jesuítas, limitou os poderes da inquisição e aboliu a escravatura (exceto nas colônias, como era o caso do Brasil).
Especificidades à parte, notam-se os contornos comuns a todos os governos despóticos do século XVIII. A extinção da servidão, dos maus-tratos, a diminuição do poder da igreja, o estabelecimento do casamento civil e do divórcio e o incentivo da educação pública foram alguns dos principais avanços.
Mas, contrapostos a eles, houve um flagrante negligenciamento de princípios democratizantes e liberais do iluminismo, visto que estes não interessavam à manutenção do poder da realeza. Contudo, esta contradição não foi exclusividade dos despotismos ditos esclarecidos.