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Resposta:
A respeito da importância do café na organização do espaço fluminense,
LESSA (2001) menciona que, apesar da significativa participação da
produção canavieira, a "Província Fluminense é certamente uma criação
do café", sendo nota dominante na organização espacial do interior da
região fluminense e, conseqüentemente, marcando a sua paisagem.
A atividade cafeeira em terras fluminenses teve inicio no interior da
cidade do Rio de Janeiro, sendo a cidade também lugar de seu primeiro
recuo. Cultivado nas encostas, devido a impropriedade dos solos das
áreas planas, expandiu-se num período de aproximadamente sessenta
anos (1760-1820) pelas vertentes dos maciços cariocas (Tijuca, Pedra
Branca e Mendanha), dos morros vizinhos e dos que circundam a
Baixada de Santa Cruz.
A expansão do café pelo território fluminense seguiu diversas direções a
partir da cidade do Rio de Janeiro (ver mapa abaixo). Ao final do século
XVIII, os cafezais já haviam ultrapassado as fronteiras do Rio de Janeiro,
fazendo-se presentes no recôncavo da Guanabara, ocupando as áreas
colinosas, substituindo a floresta tropical aí existente
A formação dos
cafezais ocorre a partir da devastação da mata original, não havendo
plantio em curva de nível nem qualquer preocupação com a conservação
do solo. Normalmente, as fileiras de café se alinhavam de baixo para
cima, facilitando a erosão.
Após ocupar o recôncavo, o café expandiu-se por Itaboraí, Rio Bonito,
Silva Jardim, Maricá, Saquarema, Araruama, Cabo Frio, São Pedro da
Aldeia e Macaé. São Gonçalo tornou-se o principal município cafeeiro de
toda a Baixada Fluminense, expandindo-se para Cantagalo e Nova
Friburgo, e daí para São Fidelis, Itaocara e a região sob influência de
Itaperuna, constituindo uma zona pioneira de cafezais novos, cruzando o
rio Paraíba do Sul.
Da fazenda do Mendanha (Rio de Janeiro) saíram mudas e sementes
para formar cafezais no Vale do Paraíba e em Minas Gerais. No Vale do
Paraíba, o café foi produzido em larga escala, transformando a então
província do Rio de Janeiro no maior produtor e exportador de café do
Brasil até quase o findar do século XIX.
A atividade cafeeira mobilizou um grande número de força de trabal
explicação:
se quiser resumir, começa do segundo parágrafo e vai até o terceiro, (A atividade até erosão)
Explicação:
O café foi, portanto, um importante dinamizador no processo de ocupação e estruturação do território fluminense, permitindo que se desenvolvesse uma rede de circulação que, de certa forma, integrou o referido território.
A produção fluminense, dependente de uma exploração sistemática das terras, logo começaria a sentir seus primeiros sinais de crise. Ao mesmo tempo, a proibição do tráfico de escravos, em 1850, inviabilizou os moldes produtivos que inauguraram a produção cafeeira do Brasil. No entanto, nesse meio tempo, a região do Oeste Paulista ofereceu condições para que a produção do café continuasse a crescer significativamente.