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Resposta:Enquanto jornalista, escreveu sobre educação e exerceu papel atuante em defesa de um ensino de qualidade. Nascida no dia 7 de novembro de 1901, faleceu em 9 de novembro de 1964, vítima de câncer. Três meses antes de Cecília nascer, Carlos Alberto de Carvalho Meirelles, seu pai, faleceu.
Explicação:
Resposta:
- Órfã e viúva muito cedo
Três meses antes de Cecília nascer, Carlos Alberto de Carvalho Meirelles, seu pai, faleceu. Quando Cecília tinha três anos, sua mãe Mathilde Benevides também partiu. A menina foi criada pela avó materna Jacinta Benevides, de quem herdou o gosto pelo folclore brasileiro e a levou para aulas de canto e violino. Outra morte trágica foi a de seu primeiro marido, o pintor português Fernando Correia Dias, com quem se casou aos 20 anos, em 1921, e teve suas três filhas. Fernando se suicidou em 1935. O sentimento de angústia e de dor da escritora foi registrado em uma carta a amigos que pode ser lida aqui.
- Prêmio aos 9 anos
O primeiro reconhecimento de seu talento enquanto escritora veio aos nove anos e das mãos de quem sabia o que fazia. Era nada menos que o inspetor escolar do estado do Rio de Janeiro e grande nome do período modernista, Olavo Bilac. Em 1938 ela recebe o prêmio Olavo Bilac, concedido pela Academia Brasileira de Letras pelo seu livro Viagem. Apesar de um segundo prêmio da ABL, após sua morte, que reconheceu o valor da totalidade de sua obra, Cecília nunca ingressou na Academia, formada apenas por homens no período em que viveu. A primeira mulher a ingressar foi Rachel de Queiroz, em 1977.
- Encontro frustrado com Fernando Pessoa
Em 1934, Meireles viaja para Portugal para uma série de conferências nas universidades de Coimbra e Lisboa e aproveita para entrar em contato com o escritor Fernando Pessoa por intermédio de um grande amigo. Depois de horas de espera em um café na capital lusitana, ela retorna ao hotel e encontra um recado. No bilhete, Pessoa avisava que não pôde encontrá-la por ter sido desaconselhado em seu horóscopo matinal. Como pedido de desculpas, ele deixa um exemplar no seu livro Mensagem, única obra do poeta português publicada em vida.
- Centro cultural é fechado por Vargas
Autora de inúmeros livros para o público infantil e ativa defensora de uma educação pública, laica e alto nível como uma forma de diminuir as desigualdades do país, Cecília foi uma das fundadoras do movimento Escola Nova em junto a outros intelectuais da década de 1920 no Brasil. Em 1934 cria com o marido Fernando Dias o Centro de Cultura Infantil, uma biblioteca para crianças. Crítica do presidente Getúlio Vargas, a quem chamava de "O Ditador", Cecília teve seu centro fechado em 1937 diante de denúncias de que ali haveria livros de conteúdo educacional duvidoso. O principal motivo da discussão foi a presença de um clássico do escritor americano Mark Twain, As Aventuras de Tom Sawyer.
- Vida mais leve
A professora e poeta da Universidade Federal de Sergipe, Maria Lúcia Dal Farra, conta que a grafia inicial do sobrenome de Cecília era com dois "l"e que a mudança teria vindo após a carta de um desconhecido que se identificou como médium e sugeriu a eliminação de uma letra para "tornar a vida mais leve". A mensagem chegou em um momento de fragilidade, após o sucidío do primeiro marido e a necessidade de trabalhar dobrado para criar as três filhas. Como podemos perceber, ela acatou a sugestão.
Valor monetário
A Casa da Moeda fez uma homenagem à Cecília em 1989 e colocou seu rosto como fundo da nota de 100 Cruzados Novos. A nota não circulou por muito tempo como sabemos, já que o Plano Real veio logo em seguida, cinco anos depois.
- Poeta, não poetisa
O vocabulário da língua portuguesa ainda considera "poeta" apenas como substantivo masculino, mas Cecília nunca gostou de ser chamada de poetisa. Para ela, significava uma diminuição do seu trabalho, como se a chamassem de mulher "prendada". Um sentido que até hoje se mantém, em oposição ao de poeta, que esse sim, teria sempre algo a dizer. O aviso de preferência está inclusive registrado em um poema Motivo.