Texto I – EDITORIAL | Tecnologia a serviço do mal
São, a cada dia que passa, mais fortes as evidências de que as chamadas mídias sociais
se transformaram em poderosa máquina de distorção da realidade e difusão de mentiras. Um
processo que destrói reputações, fazendo da mentira uma arma quase banal para políticos e,
mais amplamente, para outras esferas da vida pública e com força suficiente para, por exemplo,
distorcer os resultados da consulta popular que, na Grã Bretanha, decidiu pela saída do país da
Comunidade Europeia, gerando um impasse que agora parece ser difícil de resolver.
As redes, parece, não têm dono e não têm causa. Estão simplesmente à venda e, desde
que pagas, podem propagar em minutos pelo mundo uma informação falsa – as ditas fake news
– manchando ou destruindo reputações ou produzindo falsos heróis, tudo isso, hoje, com o
concurso de robôs que, aos milhões, se manifestam como se fossem indivíduos engajados
numa causa e propalando mentiras. E o Brasil, já se sabe, não escapa à regra e os mesmos
processos são rotineiramente utilizados por variadas correntes políticas, em escala cuja
intensidade parece ser determinada exclusivamente pelo poder econômico.
Tudo isso vai aos poucos sendo desvendado pela Comissão Parlamentar de Inquérito, em
andamento na Câmara dos Deputados, e onde, na semana passada, foram feitas acusações da
maior gravidade envolvendo a família e assessores próximos do presidente da República.
Também o Superior Tribunal Eleitoral (STE) tem se ocupado da matéria, igualmente chegando a
conclusões preocupantes, como a utilização desses artefatos, em larga escala, nas eleições
passadas. Se nada for feito, o que se pode imaginar para a votação do próximo ano é que seja
ainda pior, uma vez que o Legislativo acaba de aprovar que o valor do Fundo Partidário seja
dobrado, chegando a escandalosos R$ 3,8 bilhões, recursos que em parte podem acabar sendo
utilizados para pagar robôs que certamente contaminarão, não interessa em que direção, o
pleito.
Não será exagerado afirmar que se trata de um ataque direto e sem precedentes às
instituições políticas, com claríssima ameaça à própria democracia, se não à vida em sociedade,
que está permitindo que uma tecnologia concebida para aproximar, agregar e difundir
conhecimentos faça exatamente o contrário. Uma situação que no Brasil e no mundo inteiro está
identificada e estudada, não havendo mais porque deixar de atacá-la, pela regulamentação e
pelo controle das empresas que operam esses serviços, além de severa legislação que defina e
puna rigorosamente as infrações.
Leia mais: EDITORIAL | Tecnologia a serviço do mal - Diário do Comércio Em:
1. A que gênero textual pertence o texto I?
2. Qual é a temátca do texto I?
3. Como as fake news pode interferir na democracia de um país? Explique.
4. Quais seriam as soluções par impedir as fake news nas redes sociais segundo o texto?
5. O que signfica a sigla TSE?
6. Relacione as colunas de acordo com a classificação das orações subordinadas advebiais:
a) ( ) Quanto mais se estuda, mais se
aprende.
b) ( ) “Quando os porcos bailam adivinham
chuva.”
c) ( ) Se queres ser aprovado, estude muito.
d) ( ) Embora estudasse muito, não foi
aprovado.
e) ( ) Ela se vestia conforme dita a moda.
f) ( ) Ficou irritado, porque foi impedido de
entrar.
g) ( ) O carro era tão caro que desistiu da
compra.
h) ( ) Estude para não travar na prova.
i) ( ) “Mais fácil conquistar uma cidade inteira
do que conquistar um amigo ferido”.
I.Oração subordinada adverbial final.
II. Oração subordinada adverbial conformativa.
III. Oração subordinada adverbial proporcional.
IV. Oração subordinada adverbial condicional.
V. Oração subordinada adverbial comparativa.
VI. Oração subordinada adverbial temporal.
VII. Oração subordinada adverbial concessiva.
VIII.Oração subordinada adverbial consecutiva.
IX. Oração subordinada adverbial causal.
Respostas
Resposta:
Texto I – EDITORIAL | Tecnologia a serviço do mal
São, a cada dia que passa, mais fortes as evidências de que as chamadas mídias sociais
se transformaram em poderosa máquina de distorção da realidade e difusão de mentiras. Um
processo que destrói reputações, fazendo da mentira uma arma quase banal para políticos e,
mais amplamente, para outras esferas da vida pública e com força suficiente para, por exemplo,
distorcer os resultados da consulta popular que, na Grã Bretanha, decidiu pela saída do país da
Comunidade Europeia, gerando um impasse que agora parece ser difícil de resolver.
As redes, parece, não têm dono e não têm causa. Estão simplesmente à venda e, desde
que pagas, podem propagar em minutos pelo mundo uma informação falsa – as ditas fake news
– manchando ou destruindo reputações ou produzindo falsos heróis, tudo isso, hoje, com o
concurso de robôs que, aos milhões, se manifestam como se fossem indivíduos engajados
numa causa e propalando mentiras. E o Brasil, já se sabe, não escapa à regra e os mesmos
processos são rotineiramente utilizados por variadas correntes políticas, em escala cuja
intensidade parece ser determinada exclusivamente pelo poder econômico.
Tudo isso vai aos poucos sendo desvendado pela Comissão Parlamentar de Inquérito, em
andamento na Câmara dos Deputados, e onde, na semana passada, foram feitas acusações da
maior gravidade envolvendo a família e assessores próximos do presidente da República.
Também o Superior Tribunal Eleitoral (STE) tem se ocupado da matéria, igualmente chegando a
conclusões preocupantes, como a utilização desses artefatos, em larga escala, nas eleições
passadas. Se nada for feito, o que se pode imaginar para a votação do próximo ano é que seja
ainda pior, uma vez que o Legislativo acaba de aprovar que o valor do Fundo Partidário seja
dobrado, chegando a escandalosos R$ 3,8 bilhões, recursos que em parte podem acabar sendo
utilizados para pagar robôs que certamente contaminarão, não interessa em que direção, o
pleito.
Não será exagerado afirmar que se trata de um ataque direto e sem precedentes às
instituições políticas, com claríssima ameaça à própria democracia, se não à vida em sociedade,
que está permitindo que uma tecnologia concebida para aproximar, agregar e difundir
conhecimentos faça exatamente o contrário. Uma situação que no Brasil e no mundo inteiro está
identificada e estudada, não havendo mais porque deixar de atacá-la, pela regulamentação e
pelo controle das empresas que operam esses serviços, além de severa legislação que defina e
puna rigorosamente as infrações.
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