Canção na plenitude
Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar certamente é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força – que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés – mesmo se fogem – retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
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O poema anterior, intitulado “Canção na plenitude”,
expressa a seguinte ideia:
(A) A juventude, para o eu lírico, é muito melhor do que a velhice.
(B) O eu lírico se mostra muito triste com o resultado do seu envelhecimento.
(C) Com o envelhecimento, a aparência e o comportamento do eu lírico mudaram e ele se tornou mais maduro.
(D) O eu lírico afirma que gostava mais de sua aparência e de seu comportamento na época da juventude.
(E) Com o envelhecimento, o eu lírico percebe que se tornou mais triste e amargurado.
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Resposta C
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