Respostas
Explicação:
O karate-dô, (karatê) é uma arte marcial japonesa, desenvolvida a partir de métodos autóctones de lutar das ilhas Ryukyu (em Okinawa).
De acordo com Lage (2007), o karatê propagou-se por todo o mundo, chegando ao Brasil através da imigração japonesa, na primeira metade do século XX, possuindo hoje no Brasil cerca de 1.400.000 (um milhão e quatrocentos mil) praticantes. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar os valores proporcionados pelo karatê através da leitura das obras que o abordam sob a perspectiva histórica ou filosófica. O karatê é predominantemente uma arte de golpes de impacto, como pontapés, socos, joelhadas, cotoveladas, bloqueios de articulações e golpes em pontos vitais. O praticante de karatê é denominado karateca e o treino de karatê pode ser dividido em três partes: kihon que é treino dos fundamentos, o kata, que é uma forma de luta imaginária contra vários adversários e o kumite que é a luta propriamente dita, tendo as regras adaptadas para cada situação (FUNAKOSHI. G, 1975). O karate-dô é constituído por três caracteres, sendo eles, kara (vazio), te (mão) e dô (caminho), significando literal e filosoficamente o “Caminho das mãos vazias”. Vianna (1996), se apoiando em autores como Nakayama, Silvares e Funakoshi, desatacam ainda que kara e te tem como conotação, além de defender-se desarmado, ter a mente livre do egoísmo, da vaidade e da maldade sendo a palavra dô acrescentada, tem um significado a busca de um caminho ou disciplina a seguir por toda a vida, na construção da personalidade.
Gichin Funakoshi é considerado o “Pai do karatê Moderno” e, segundo Melo (2010), a história de Funakoshi se confunde com a própria história do karatê, por isso a ele é creditado este título e também devido aos seus esforços em divulgar essa arte para o mundo. De acordo com Vianna (1996) Gichin Funakoshi, foi o responsável pela criação do estilo Shotokan, (shoto era o apelido do Prof. Funakoshi) e Kan (que nesse contexto, significa casa ou clube), portanto o estilo da casa de shoto) sob os princípios filosóficos do Budô e do Zen budismo, com o intuito de atingir a evolução do espírito e do corpo conjuntamente e o desenvolvimento da autoconfiança, da autodisciplina, do autocontrole e da autor realização. Segundo Funakoshi (1975), o karatê não é meramente uma forma bruta de autodefesa, pelo contrário, um bom praticante de karatê evita todo tipo de situação em que possa ser forçado a usar a arte, por sua base filosófica no Bushido (caminho filosófico do guerreiro-samurai ou bushi).
De acordo com Funakoshi, o karateca não é apenas um guerreiro bom em combate, mas um cavalheiro que respeita as leis que regem sua vida e a dos outros. Um bushi deve seguir cinco preceitos: Fidelidade, Paciência, Decisão, Controle e Etiqueta, demonstrando assim, o caráter pacífico da arte, e segundo Nagata (2000) o karatê e suas bases filosóficas perduram até os dias atuais. Assim, pelo contexto revisado, percebemos que o objetivo desta arte marcial é contribuir com o desenvolvimento da persistência, da paciência, do respeito, da coragem e do equilíbrio, oportunizando o fortalecimento da autoconfiança e do autocontrole contribuindo com uma personalidade firme e equilibrada. Através destas análises é possível preconizar a importância desta arte marcial no meio escolar, sobretudo nas competências da Educação Física, como conteúdo a ser trabalhado, oportunizando e vivenciado pelos alunos, não somente como uma prática de luta com um fim nela mesma, mas sim sobretudo como exercício da prática do respeito ao próximo, respeito às regras, respeito ao professor, a história e a filosofia, concordando com a visão de Vianna (1996). O autor, em seu trabalho desenvolve importante argumentação sobre a transcendência dos efeitos do karatê para além dos limites do dojo (ambiente de treinamento), o que entendemos aqui podendo ser também para além dos muros da escola.