A seca e o inverno
Na seca inclemente no nosso Nordeste
O Sol é mais quente e o céu, mais azul
E o povo se achando sem chão e sem veste
Viaja à procura das terras do Sul
Porém quando chove tudo é riso e festa
O campo e a floresta prometem fartura
Escutam-se as notas alegres e graves
Dos cantos das aves louvando a natura
Alegre esvoaça e gargalha o jacu
Apita a nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre os verdores
Beijando os primores do meu Cariri
De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes
Se o dia desponta vem nova alegria
A gente aprecia o mais lindo compasso
Além do balido das lindas ovelhas
Enxames de abelhas zumbindo no espaço
Se o forte caboclo da sua palhoça
No rumo da roça de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo e contente
Lançar a semente na terra molhada
Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel prazenteiro modesto e feliz
E que o ouro branco sai para o progresso
Fazer o progresso do nosso país.
Disponível em: .
Neste cordel, nota-se que o autor usa recursos que
promovem sonoridade ao texto. Isso acontece com
o objetivo de:
apenas para dar ritmo.
apenas enfatizar as rimas.
não existe sonoridade no cordel.
para facilitar a leitura em voz baixa.
atribuir beleza aos versos e facilitar a
declamação ou musicalização.
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