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As principais teorias sobre a presença humana na Bacia Amazônica antes da chegada dos europeus ao continente sul-americano defendem que os povos nativos estavam dispersos de forma homogênea, por toda a região. Entretanto, um estudo publicado na edição de hoje da revista Science põe em xeque tal crença e mostra que, apesar de o centro e o leste daquela grande área terem abrigado assentamentos bem antes de Cristóvão Colombo pensar em pisar nas ;terras férteis;, o mesmo não ocorreu na parte oeste. Essa região, segundo a pesquisa, contou com escassos grupos formados por poucos indígenas, fixados principalmente às margens dos rios.
Apesar dos avanços nos estudos arqueológicos ao longo da mais extensa bacia hidrográfica do planeta, ainda não se pode precisar exatamente quantas pessoas havia e onde exatamente estavam localizadas há alguns milênios. Os dados ficam cada vez mais raros na região ocidental, próximo ao estado do Acre e na fronteira do Brasil com o Peru. Foi exatamente aí o foco da pesquisa, que analisou 247 amostras de solo coletadas aleatoriamente em 55 pontos. Para chegar à teoria que vê uma ocupação desigual na Amazônia pré-colombiana, o grupo de pesquisadores, formado por cinco americanos e dois brasileiros, reconstruiu a história do fogo e da vegetação na região, analisando a presença de carvão e fitólito (corpos silicosos produzidos por algumas plantas cultivadas) no solo coletado.