Respostas
Resposta:
Pobreza: Se se era pobre, habitar numa cidade medieval significava, em primeiro lugar, habitar com mais dois ou três um quarto no sótão. O artesão, naturalmente, morava em casa própria, onde possuía o seu forno, a sua cave e o seu celeiro, mas os servos e os aprendizes também lá moravam. Todo sofriam os inconvenientes de se estar fechado entre muros; ter, por vezes, falta de água potável, quando os poços estavam inquinados; viver no meio da imundície porque, durante os anos difíceis, muitas portas foram muradas e os lixos acumulados provocavam infecções e doenças endêmicas. Além disso, nesses espaços de encontro e de multidões, o contágio também podia ser mental: durante meses e anos, em situações de cerco, de guerra ou de peste, a cidade fechava-se sobre si própria e ficava sujeita aos boatos, à angústia, que se propagavam tão rapidamente como as doenças.
Condições: Todos os cidadãos, quer quisessem quer não, tinham cuidado em administrar bem o seu dinheiro e estavam atentos aos movimentos do capital e a todos os factos respeitantes aos mercados de abastecimento ou de vendas. Por conseguinte, o camponês desenraizado, recém-instalado no interior das muralhas, descobria um mundo com horizontes longínquos e depressa se via obrigado a refletir sobre o valor do trabalho e do tempo. No mercado ou no seu lugar de recrutamento — centros da nova economia —, constatava que os preços mudavam constantemente, como as modas e as condições.