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Livro
infantil de Pedro Bandeira, lançado em 1983 pela Editora Moderna que, por meio
de uma fábula, mostra às crianças o sofrimento daqueles que ousam ser
diferentes aos olhos da sociedade.
Bingo
é um filhote nascido há poucos dias e já começou a aprontar. Fez amizade com um
gato misterioso que vivia no telhado, e disso seu pai não gostou, porque a sua
família era composta por vira-latas de
respeito. Apesar da contrariedade de seus parentes, Bingo
admira seu amigo demais e decide copiá-lo em seus miados. Resultado: em vez de
aprender a latir, passa a miar, para grande decepção de todos, já que isso era
um insulto à raça canina, um código estranho ao seu meio. Um ato abominável que
envergonhava toda a linhagem dos cães.
A partir daí Bingo sofre sucessivas tentativas de
enquadramento às normas, ditas naturais, a começar pelo desgosto e ausência de
brilho nos olhos paternos, passando pelos vizinhos e até pela família que
acolhe os cães, que representam todo o peso da super-estrutura que paira sobre
o grupo. Os donos, assustados e envergonhados, por aquela aberração, chamam a
carrocinha.
E assim Binco acaba aprisionado juntos aos seus “iguais”
(errantes em pobreza, sujeira e doença) no Canil Municipal, alegoria dos manicômios,
prisões ou linhas ferrenhas de produção as quais um desviante humano será
subjugado.
No
canil, ficou mais triste ainda, pois não entendia porque ninguém gostava de seu miado.Um dia um homem
que trabalhava no canil entrou de noite na jaula onde estava Bingo que se
escondeu no escuro e miou. O homem pensando que era um gato, deu-lhe um chute
para colocá-lo para fora e foi nesse instante que Bingo decide
fugir. E foge juntamente com seu amigo gato que o esperava do lado de fora do
canil. Bing
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