Indique as principais características políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade
feudal europeia.
Respostas
Política
No início do período medieval, os reis germânicos tentaram manter a unidade territorial do Império Romano. Os reis germânicos eram chefes políticos e militares, pois atuavam à frente dos seus soldados em momentos de guerra. O poder secular estava ligado ao poder religioso, por isso a Igreja Católica tinha grande influência na política medieval. Com a queda do império carolíngio, a unidade territorial se desfez e o poder se descentralizou entre os senhores feudais. Cada feudo se autogovernava, estabelecendo sua própria política.
Sociedade
A sociedade, no feudalismo, era denominada estamental porque era composta por camadas sociais que se diferenciavam pelos privilégios que possuíam.
Quase não existia mobilidade social e passar de um estamento social para outro era praticamente impossível.
Existiam três estamentos sociais – nobreza, clero e servos.
Economia
A economia durante a Idade Média era basicamente agrária, o que não significa afirmar que o comércio tenha desaparecido. Durante a Antiguidade Clássica, o mar Mediterrâneo foi o principal local do comércio marítimo. Com a expansão árabe a partir do século VII d.C., o Mediterrâneo foi conquistado por esse povo, e os europeus ocidentais não tinham alternativa a não ser a agricultura. Além disso, com a fuga das cidades para o campo, a terra se valorizou.
A prática agrícola exigia cuidado com a terra. Para isso, os servos que trabalhavam nela utilizavam instrumentos como o arado e a força dos animais domesticados. Uma técnica para manter a fertilidade do solo era a rotação das terras. Enquanto uma porção do terreno era utilizada, a outra porção ficava de repouso e era utilizada na plantação seguinte, enquanto a utilizada anteriormente ficava de repouso. Com isso, aumentou-se a produção e, consequentemente, a população.
Cultura
Naquele momento o poder da Igreja representava grande importância por criar uma unidade em torno da fé cristã, mesmo com o Estado fragmentado. Portanto, a cultura se baseava na religião. As pinturas representavam histórias bíblicas e a arquitetura era responsável principalmente pela construção de grandes igrejas românicas e góticas, além de castelos. Também se destacaram a música sacra, a literatura, com a poesia medieval, a filosofia e a ciência. Já a educação, dada a uma pequena parte da população, ensinava latim e estudos da bíblia, sendo inclusive nesse período que começaram a surgir as primeiras universidades europeias.
Entretanto, a Igreja não era autônoma, os nobres tinham o poder de nomear cargos eclesiásticos, o que começou a gerar conflitos. Um deles foi a Querela das Investiduras (nomeações), que ocorreram justamente porque a Igreja almejava o poder de nomeação. Em 1.122, na Concordata de Worms, o conflito foi resolvido de forma que o imperador poderia nomear bispos, porém a autoridade sagrada seria da Igreja e esta seria responsável pelas cerimônias.
Embora a Igreja tivesse grande poder, houve um grande destaque dos hereges, ou seja, aqueles que não concordavam com aquela religião e tinham suas próprias crenças, as heresias, das quais as mais importantes foram a dos bogomilos, dos albigenses e dos valdaneses. Em resposta, a Igreja criou então, em 1.231, por meio do Concílio de Toulouse, o Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição, que tinham como objetivo perseguir, punir e excomungar os hereges.
Surgiram então as ordens religiosas que viviam fora da Igreja, sem nenhuma riqueza, como os Franciscanos e Dominicanos.
Também para combater os infiéis e libertar a Terra Santa, a Igreja, com o apoio da nobreza, efetuou nove expedições militares, as chamadas Cruzadas, que além desses objetivos, também visavam ganhos comerciais. Elas resultaram na dinamização das rotas de comércio e no empobrecimento dos senhores feudais, que financiaram as guerras, no maior consumo dos produtos do oriente, no fortalecimento do poder do rei e no enfraquecimento do feudalismo.
Desse modo, houve redução da ruralização como consequência ao aumento do comércio, e se iniciou a crise do sistema feudal.