7 analise a tirinha
A) Quais são os pronomes q aparecem na tirinha?
B) Classifique os pronomes da tirinha
C) O que o índio chama o progresso? Por que?
Respostas
Resposta:
A) Kawai sei só esse
Explicação:
Na Linguística, os pronomes são um conjunto fechado de palavras de uma língua que podem substituir, modificar ou retomar substantivos variados, ou frases derivadas deles, na formação de sentenças , tratando-se de um tipo particular de proforma.
pronome
substantivo masculino
GRAMÁTICA•LINGÜÍSTICA
palavra que representa um nome, um termo us. com a função de um nome, um adjetivo ou toda uma oração que a segue ou antecedência
A "Marcha do Progresso" e os Tikmu'un
Pesquisadora aponta refinamento cultural de grupo indígena cuja visão de mundo pode ser alternativa à vida voraz e brutal a que os “ãyuhuK” nos habitua
Donizete Maxakali, Totó Maxakali e Zé Antoninho Maxakali | Mapas
Pesquisadora aponta refinamento das músicas e festas de grupo indígena pressionado por séculos, e destaca: sua visão de mundo pode ser alternativa à vida voraz e brutal a que nós, os “ãyuhuK”, nos habituamos
Por Rosângela de Tugny, na revista Piseagrama, parceira editorial de “Outras Palavras”
Estamos acostumados a ler e ouvir a palavra “Progresso” próxima de expressões que indicam um movimento sem volta e inevitável, cuja chegada deve ser apenas uma questão de tempo: “a marcha do progresso”, “o trem do progresso”. Além disso, o “Progresso” é tratado como um alguém, que tem vida própria, movimento próprio e desejos potentes. Nessas construções, o “Progresso” é algo ou alguém que entra em algum lugar, que é necessariamente vazio. E note-se: quem lança mão da expressão “Progresso” é sempre alguém que chega onde outras pessoas e outros modos de vida já existiam. Progresso é sempre palavra dos expropriadores.
Quando viajo para as terras onde hoje vivem os povos indígenas Tikmu’un, mais conhecidos como Maxakali, com os quais venho trabalhando na tradução de seus cantos, passo sempre por algum posto, um restaurante, um hotel, um supermercado ou um povoado que carrega este nome: Progresso.
A noção de “progresso” é inexistente entre os Tikmu’un e talvez entre os povos ameríndios em geral. É claro, pois é sempre difícil encontrar em línguas tão diferentes noções que enquadrem e traduzam exatamente as nossas. Mas a razão da inexistência aqui é mais profunda e a pergunta serve para perambularmos – coisa que, aliás, o progresso não faz – nas cercanias do nosso “progresso”, em tudo que se aproxima dessa noção, e para contrastá-la com o que aprendi com eles.
Os Tikmu’un são vistos frequentemente nas cidades de Almenara (MG), Rubim (MG), Itanhém (BA), Medeiros Neto (BA), Vereda (BA), Itamaraju (BA) e em várias outras localidades da região fronteiriça entre Minas Gerais e Bahia. Os funcionários da Funai são chamados a repatriá-los às aldeias pelas autoridades locais, incomodadas com as desordens que eles trazem ou apiedadas pela sua condição aparentemente miserável. Algumas vezes os grupos de Tikmu’un que viajam a pé nessas regiões são acolhidos e alimentados pelas paróquias locais, mas quase sempre cozinham na beira dos rios, dormem na beira das estradas ou nos bancos das cidades. Alguns deles já me telefonaram de orelhões nessas ocasiões, tidas por eles como passeios prazerosos e momentos de alegria.
Quando retornam às suas aldeias, outras festas os esperam. Essas festas são vistas por nós como “rituais”, com muitas músicas, danças, brincadeiras, namoros, banquetes e a presença dos que eles consideram yãmiyxop, pessoas que trazem corpos brilhantes, olhos vedados e que causam muita comoção entre as crianças, os homens e as mulheres.
Os yãmiyxop, quando estão fora do seu campo de visão, são descritos pelos Tikmu’un como imagens de uma infinidade de peixes, pássaros, mamíferos, insetos, répteis, flores e também imagens como helicópteros, aviões, carros, espingardas. Todos eles se escutam na forma de cantos. Quando comecei a traduzir os cantos dos yãmiyxop com os Tikmu’un, logo precisei da ajuda de dicionários e de enciclopédias especializadas em cobras, sapos, pássaros, abelhas, peixes, tamanha era a exigência dos especialistas de canto sobre a precisão de nomes das múltiplas espécies contidas nos textos que deveríamos traduzir. Estranhei a erudição enciclopédica desses povos indígenas, que há quase um século não vivem mais entre matas e bichos.