Combate à cyberpedofilia
Jean Ubiratan
O crescente aumento da mídia sobre o combate à pedofilia via internet e a recente apresentação do deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à embaixada americana de um documento que indica o Brasil no topo da lista de cyberpedófilos, fazem refletirmos sobre o assunto. Os dados apresentados nesse estudo são assustadores: mais de mil sites mensais criados são relacionados a este tipo de crime e 76% dos pedófilos do mundo estão no país. Isso demonstra, cada vez mais, que há uma necessidade iminente em divulgar meios de alertar os responsáveis sobre como impedir que algo do gênero possa acontecer simplesmente por omissão.
Uma das maiores vantagens dos atuais crimes virtuais é o anonimato. Para leigos no assunto é praticamente impossível identificar quem está do outro lado flertando com o seu filho. Isso faz com que a denúncia de casos referentes a este tema também sejam muito mais difíceis, muito em razão de não localizar quem o está fazendo, explica Ernie Allen, um dos maiores especialistas do mundo no combate a crimes de exploração infantil. Algumas dicas e cuidados ao navegar na internet garantem uma diversão segura e mais tranquila. Como primeira medida recomendada é o velho e bom “puxão-de-orelha” - recomenda o especialista - ou seja, assumir a responsabilidade com as crianças ou os jovens, que ainda não a conhecem.
Outro fator importante é quanto a disposição física do computador, pois uma localização mais pública na casa ajuda, em muito, o controle. Locais públicos responsáveis por prover acesso às pessoas como, por exemplo, em escolas ou uma lan house, é essencial que existam regras para o bom uso da internet. Os pais também necessitam estar informados sobre as novas ferramentas de tecnologia que possibilitam auxiliar no controle de acesso à rede. Além dos já conhecidos antivírus, existem diversos outros sistemas que mantêm o controle do que está ocorrendo no computador enquanto estão acessando a web. Saber por onde andam, com quem falam, os locais frequentados, o que fazem, são as perguntas costumeiras realizadas pelos pais, porém, esses mesmos questionamentos devem ser aplicados na “vida digital” dos filhos.
Esses cuidados, com certeza, aumentam a percepção de segurança em relação aos filhos. Infelizmente, a realidade é forte e se não houver cuidados com os filhos, enquanto navegam na internet, alguém acabará os vigiando via esse meio. A dúvida é saber se as intenções dessa pessoa desconhecida são tão boas quanto as dos pais.
Jean Ubiratan é consultor de Segurança de TI em Porto Alegre. (Publicado no jornal Folha de Londrina de 08/10/2007).
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO:
Qual o tema retratado no texto?
De qual fato o autor parte para contextualizar a temática?
3. Que dado concreto ele usa para ilustrar esse fato?
4. Segundo o autor, qual o motivo de o combate ao cyberpedofilia ser tão complexo e ser tão difícil combatê-lo?
5. O texto aponta várias “dicas” sobre o papel dos pais para evitar que seus filhos sejam vítimas desse crime. Que dicas são essas?
Respostas
O tema do texto é Combate à Pedofilia e a importância dessa prática.
Para contextualizar a temática, o autor parte de um documento entregue à embaixada americana por um parlamentar brasileiro que aponta o Brasil como no topo da lista de países considerados "cyberpedofilia".
Ele indica também dados que mostram que, mensalmente, são criados mais de mil sites relacionados a este tipo de crime e 76% dos pedófilos do mundo estariam no Brasil.
O anonimato do ambiente virtual é o principal fator que dificulta o combate à cyberpedofilia.
Para auxiliar os pais, o autor afirma que eles devem estar atualizados sobre as novas ferramentas de tecnologia para controle de acesso à rede, antivírus e diversos outros sistemas que mantêm o controle do que está ocorrendo no computador enquanto estão acessando a web.