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O bife é um pedaço de músculo de boi. Aliás, quase toda a carne que comemos é parte de algum músculo de um animal – com exceção dos miúdos, como fígado e rins. Embora haja diferenças entre os diversos tipos de músculo dos vários animais, pode-se dizer que, em média, três quartos da composição de um naco de carne é nada mais que água. O resto – a parte que interessa – é proteína (20%) e gordura (5%). As moléculas de proteína se organizam em células que se arranjam para formar as estruturas do músculo. Há duas principais estruturas: a do tecido muscular, as fibras responsáveis pelo movimento, e a dos tecidos conjuntivos, que dão forma e suporte às fibras e fazem sua ligação com os ossos. O tecido conjuntivo envolve um grupo de fibras musculares, formando uma placa. Um músculo é formado por várias dessas placas, entremeadas pela gordura, que amortece o impacto do movimento.
Também pode haver gordura no exterior do músculo – a picanha é um exemplo clássico. “A quantidade de gordura é maior ou menor dependendo do tipo de músculo, da idade do animal, do confinamento e da castração”, afirma Albino Luchiari Filho, professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP).