Leia os textos a seguir.
Texto I
A Venezuela está passando por uma forte crise econômica e política que tem sido reconhecida pela comunidade internacional como uma crise humanitária. De acordo com a Resolução 2/18 da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a situação é nitidamente grave (CIDH, 2018). Os venezuelanos vêm experimentando uma generalizada ausência de proteção do Estado e violação dos seus direitos fundamentais. Faltam alimentos, remédios e atendimento de saúde. A hiperinflação diminui drasticamente o poder de compra da população. Conforme o Relatório 2017/2018 da Anistia Internacional, em dezembro de 2017, a cesta básica para uma família de cinco pessoas custava 60 vezes mais do que o salário mínimo (ANISTIA INTERNACIONAL, 2018, p. 252). Também a violência cresce, seja na forma de furtos advindos do desespero da população faminta ou de protestos duramente reprimidos pelas forças policiais. [...]
MILESI, R.; COURY, P.; ROVERY, J. Migração venezuelana ao Brasil: discurso político e xenofobia no contexto atual. Aedos, Porto Alegre,
v. 10, n. 22. p. 53-70, ago. 2018. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/aedos/article/view/83376/49791. Acesso em: 3 ago. 2020.
Texto II
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta segunda-feira [26 fev. 2018] no Conselho de Direitos Humanos da ONU que não existe crise humanitária no país.
“Se pretende fazer que o mundo acredite que na Venezuela há uma crise humanitária, um velho truque unilateralista”, disse em um discurso em Genebra.
Arreaza fez menção, mas sem uma citação direta, a Colômbia, onde o presidente Juan Manuel Santos denuncia uma crise humanitária que, segundo números de seu governo, levou 500 mil venezuelanos a atravessar a fronteira.
O chanceler também criticou o que chamou de “relatórios sem fundamento” do Alto Comissariado das Nações Unidas, assim como os especialistas da ONU que “publicam diagnósticos a partir de fontes insólitas, sem jamais terem visitado a Venezuela”.
[...]
AGENCE FRANCE-PRESSE. Chanceler da Venezuela nega crise humanitária no país. G1, 26 fev. 2018. Disponível em:
Com base na leitura dos textos anteriores e nos seus conhecimentos, responda às questões abaixo
a.
Por que a comunidade internacional reconhece que a Venezuela está atravessando uma crise humanitária, apesar de o governo do país negar a sua existência?
b.
Apresente obstáculos políticos e sociais para a ajuda humanitária aos venezuelanos dentro e fora das suas fronteiras.
Respostas
Oie! Boa tarde.
Resposta:
a) A comunidade internacional reconhece a crise humanitária, pois a situação é nitidamente grave. É possível ver a crise migratória na Venezuela, a quantidade de venezuelanos refugiados em outros países, a generalizada ausência de proteção do Estado, violação de direitos fundamentais dos cidadãos, falta de alimentos, remédios e atendimentos de saúde. Além da hiperinflação, e, o crescimento da violência, decorrentes do desespero da população faminta ou de protestos duramente reprimidos pelas forças policiais.
b) Um grande obstáculo para a ajuda humanitária aos venezuelanos é o governo totalmente autoritário, que nega a ajuda humanitária, alegando que ela é apenas uma justificativa dos Estados Unidos para intervirem diretamente no país, com isso a reação do presidente Maduro foi o fechamento das fronteiras do país com Colômbia, Brasil e Aruba. A situação nas fronteiras com Colômbia e Brasil está tensa, com notícias de que militares venezuelanos (fiéis ao presidente Maduro) têm reprimido a população, que exigem a passagem.
Espero ter ajudado! Bons estudos.