[...] Enquanto houver lucidez é possível olhar em torno e dentro de nós: um intervalo que seja entre a correria do cotidiano, os compromissos, o shopping, a tevê, o computador, o bar, o desafeto, o rancor, a lamúria, a hesitação e a resignação.
Refletir é transgredir a ordem superficial.
Mas seu eu estiver agachado num canto tapando a cara, não escutarei o rumor do vento nas árvores do mundo – que eu sempre quis tanto entender mesmo por um dia só. Nem saberei se o prato das inevitáveis perdas pesou mais do que o dos possíveis ganhos.
Somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado com fases de um processo. [...]
O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver é recriar-se a cada momento. Arte e ofício, exercício e invenção no espelho posto à nossa frente ao nascermos. Algumas visões serão imagens: ilhas de algas flutuantes que nos farão afundar. Outras pendem em galhos altos demais para a nossa nítida esperança. Outras ainda rebrilham, mas a gente não percebe – ou não acredita.
A vida não está aí apenas para ser suportada ou vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada.
Não é preciso realizar nada de espetacular. Mas que o mínimo seja o máximo que se consiga fazer consigo mesmo.
(LUFT, Lya. Perdas e ganhos. Rio de Janeiro: Record, 2003, p. 153).
No primeiro parágrafo, o que a narradora pede ao leitor?
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um intervalo que seja entre a correria do cotidiano, os compromissos, o shopping, a tevê, o computador, o bar, o desafeto, o rancor, a lamúria, a hesitação e a resignação.
Espero ter ajudado
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