• Matéria: Português
  • Autor: cs7737203
  • Perguntado 3 anos atrás

Tempo em que ocorreu de manhã. De tarde .De noite
"o caso do espelho"

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respondido por: XHimZeu
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Resposta:

A história de humor gira em torno de um espelho, que é comprado por um homem quando este vê seu pai nele e fica maravilhado, sem entender que na verdade se tratava de seu próprio retrato refletido.

A sua mulher, no outro dia, acaba achando o espelho e fica espantada, olhando uma mulher no espelho que ela não sabia que era ela mesma, e assim ela fica toda desconfiada, achando que o marido estava traindo ela.

Por fim, a sua mãe chega em casa para ver o que estava acontecendo. Ela pega o espelho, vê o seu próprio retrato e dá risada, revelando que a filha não precisava se preocupar, pois aquela ali estava prestes a morrer.

Explicação:

Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de sapé esquecida nos cafundós da mata.

Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos.

Depois gritou, com o espelho nas mãos:

__ Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui?

__ Isso é um espelho – explicou o dono da loja.

__ Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai.

Os olhos do homem ficaram molhados.

__ O senhor conheceu meu pai? – perguntou ele ao comerciante.

O dono da loja sorriu. Explicou de novo que aquilo era só um espelho comum, desses de vidro e moldura de madeira.

__ É não! – respondeu o outro. – Isso é o retrato do meu pai. É ele sim! Olha o rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito?

O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o espelho, baratinho. Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira. A mulher ficou só olhando.

No outro dia, esperou o marido sair para trabalhar e correu para o quarto.

Abrindo a gaveta da penteadeira, desembrulhou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho na gaveta e saiu chorando.

__ Ah, meu Deus! — gritava ela desnorteada. – É o retrato de outra mulher! Meu marido não gosta mais de mim! A outra é linda demais! Que olhos bonitos! Que cabeleira solta! Que pele macia! A diaba é mil vezes mais bonita e mais moça do que eu!

Quando o homem voltou, no fim do dia, achou a casa toda desarrumada. A mulher, chorando sentada no chão, não tinha feito nem a comida.

__ Que foi isso, mulher?

__ Ah, seu traidor de uma figa! Quem é aquela jararaca lá no retrato?

__ Que retrato? – perguntou o marido, surpreso.

__ Aquele mesmo que você escondeu na gaveta da penteadeira!

O homem não estava entendendo nada.

__ Mas aquilo é o retrato do meu pai!

Indignada, a mulher colocou as mãos no peito:

__ Cachorro sem-vergonha, miserável! Pensa que eu não sei a diferença entre um velho lazarento e uma jabiraca safada e horrorosa?

A discussão fervia feito água na chaleira.

__ Velho lazarento coisa nenhuma! – gritou o homem, ofendido.

A mãe da moça morava perto, escutou a gritaria e veio ver o que estava acontecendo. Encontrou a filha chorando feito criança que se perdeu e não conseguia mais voltar pra casa.

__Que é isso, menina?

__ Aquele cafajeste arranjou outra!

__ Ela ficou maluca – berrou o homem, de cara amarrada.

__ Ontem eu vi ele escondendo um pacote na gaveta lá do quarto, mãe!

Hoje, depois que ele saiu, fui ver o que era. Tá lá! É o retrato de outra mulher! A boa senhora resolveu, ela mesma, verificar o tal retrato. Entrando no quarto, abriu a gaveta, desembrulhou o pacote e espiou. Arregalou os olhos. Olhou de novo. Soltou uma sonora gargalhada.

__ Só se for o retrato da bisavó dele! A tal fulana é a coisa mais enrugada, feia, velha, cacarenta, murcha, arruinada, desengonçada, capenga, careca, caduca, torta e desdentada que eu já vi até hoje! E completou, feliz, abraçando a filha:

__ Fica tranquila. A bruaca do retrato já está com os dois pés na cova!

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