a construção do mundo moderno a crise do feudalismo europeu expansao maritima europeia: portugual e espanha?
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A Modernidade é uma derivação de fatores oriundos de um declínio do Feudalismo já durante o século XIII-XIV e, mais adiante, da expansão marítima iniciado no século XV.
Primeiramente, se tem a formação dos burgos (cidades medievais) e de uma nova classe, a burguesia, que então se colocaria entre as já existentes da camada social europeia: a nobreza, o campesianato e clero.
É um quadro claro em que se vê: o florescimento do comércio, o fortalecimento dos poderes reais - mais no séc. XV - e o enriquecimento da burguesia. Esses são processos que, em verdade, traçariam até mesmo os rumos para definição de uma nova sociedade que já não mais se alocava, principalmente, nos valores feudalistas de fidelidade e vassalagem.
Cenário, os séculos XIII-XV, portanto, de transformação: na Espanha e em Portugal, os primeiros Estados Nacionais de Europa, reis se consolidariam com a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica (trata-se da Reconquista). Na Itália, ideais humanistas são uma das coisas que dão pontapé ao processo que se veria como o Renascimento (a Antiguidade Clássica volta a ser almejada e o período da Idade Média, que bem "começa" com a queda do Império Romano do Ocidente e se estende até o Renascimento passa a ser visto a partir de um estigma que, até o século XX - e até mesmo em dias atuais - perdura: surge a Idade das Trevas).
Em questões claras, o mundo medievo dá cara a uma burguesia comercial que mais irá desejar, ao decorrer do tempo, influência. Em mesmo tempo, os reis absolutistas, símbolos dos Estados Nacionais, se impõem em poder.
Tudo isto combina-se, por vez, a outra coisa: o próprio comércio. Um comércio florescente e que bem depende, em parte, das peças - ou especiarias - provindas das Índias e que atraem olhos europeus.
Mas o meio conhecido de se atingir as Índias, durante este período temporal em que estamos falando, é um só: o Mediterrâneo. As problemáticas disso? Bom, em 1453 caí Constantinopla, a capital do Império Bizantino (do Império Romano do Oriente). Para muitos, na verdade, isso é o que de fato simboliza o fim da Idade Média.
Alexandria e Constantinopla eram os grandes portos que "davam" vida ao comércio europeu para com o Oriente. Com a vitória de Mehmed II e a tomada de Constantinopla por mãos turcos-otomanas, o comércio é interrompido. De mesma maneira, entraves impediam que Alexandria (cidade portuária no Egito) nutrisse o vazio.
É por conta disso que se nasce uma necessidade de contornar a situação. E boa parte do financiamento para as expedições virá do corpo burguês.
Em realidade, é quase impossível dissociar o sucesso marítimo e a ascensão da burguesia.
Enfim, o séc. XV marca o início desses tipos de viagens. E, mais especificamente, em 1488, Bartolomeu Dias contorna, efetivamente, o Cabo das Tormentas - que é depois renomeado com nome de Cabo da Boa Esperança -. Esse feito marca uma nova linha de viagem rumo às Índias.
Mas, obviamente, não termina aí. Cristóvão Colombo, em 1492 (outra data que alguns Historiadores reconhecem como o Fim da Idade Média) desembarca em terras caribenhas, isto é, em terras americanas.
Colombo é um genovês (e portanto, hoje seria taxado como italiano), mas que somente angariou financiamento para sua expedição na corte de Espanha. A rainha Isabel e o corpo burguês fornece-lhe o necessário e, no seu arrisco, este descobre o Novo Mundo.
Descobre, no sentido claro da palavra (antes que venham com a argumentação de que "já havia gente aqui"), isto é, no sentido de "retirar o véu de algo e, a partir disso, tornar isto descoberto para aqueles que, até então, não conheciam".
Ademais, para finalizar, Pedro Álvares Cabral, com suporte da corte portuguesa, desembarca em terras brasílicas no ano de 1500.
É de impossibilidade total desconectar esses fatores: a ascensão da burguesia garante o financiamento de campanhas marítimas tanto quanto a ascensão dos Estados Nacionais Absolutistas também. Não é surpresa, seguindo essa linha lógica, que tempos depois, já no séc. XVII, vão adentrar este jogo de disputa [marítima] os reinos de França e Inglaterra (ou Grã-Bretanha, isto é, depois do Tratado de União com a Escócia em 1707 - se não falha-me a memória -.)
Sem mais delongas, a Modernidade nasce de tudo isto: do Renascimento na Itália (que cria uma imagem [negativa] acerca do período anterior, isto é, a Idade Média), da Reconquista da Península Ibérica (que em grande medida fortalece os Reis de Castela e Aragão) e da própria expansão marítima que tende a dar fôlego ao comércio do Ocidente para com o Oriente. A expansão marítima, por sua vez, não teria vida, no entanto, se não fosse pela formação da classe burguesa já durante os períodos medievos.
Ademais, a Conquista do Novo Mundo irá garantir, para as coroas europeias, uma enorme quantia de metais preciosos. E por muito tempo, isto é o que servirá para medir a riqueza das Nações.
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