Amor orbital Não preciso fugir para a Lua numa viagem nupcial na noite sideral. Ela brilha como um fruto branco ao alcance de minha mão. “O amor move o sol e ‘l’altre stelle’” em torno de nós dois. Pra que um voo orbital? já os teus olhos são dois satélites azuis em órbita. a. Com base na linguagem do poema, caracterizem o eu lírico e identifiquem seu interlocutor. b. A temática amorosa é talvez a mais antiga no gênero lírico. Através dos tempos, ela se renova e se adapta, atualizando sempre a expressão do sentimento amoroso. Comentem, sob esse aspecto, a linguagem do poema de Cassiano Ricardo, escrito na década de 1960. c. Na época de Dante Alighieri (séculos XIII-XIV), acreditava-se na teoria do geocentris- mo. Formulem a “teoria cosmológica do amor” expressa poeticamente pelo eu lírico do texto III. Expliquem o raciocínio desenvolvido no poema, a partir dessa “teoria”.
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Respostas
Resposta:
c.c.No texto fala "O amor move o sol",seguindo esse raciocínio,o amor é tão forte que pode mudar os astros de lugar
a. No poema "Amor orbital" de Cassiano Ricardo, o eu lírico está em viagem nupcial com seu cônjuge, o interlocutor.
b. O amor representado por muitas épocas é algo divino, que envolve outro espectro, as vezes extremamente brilhante. Neste poema, o eu lírico de Ricardo relaciona estes astros com o amor daquele momento.
c. Nos séculos XIII e XIV, geocentrismo era uma teoria aceita. Assim uma "teoria cosmológica do amor”, expresso poeticamente pelo eu lírico, seria uma teoria com o amor ao centro, quase uma criação divina.
O eu lírico deve ser expresso pelos sentimentos na poesia, com as emoções de seu interior. Assim, o poeta fala pelo seu eu lírico.
Numa "teoria cosmológica do amor”, o amor seria o centro do poema, explicado pela cosmologia, como a origem de tudo.
Cosmos na poesia
No poema de Cassiano Ricardo (1894 - 1974), a poesia de "Amor orbital" nos remete ao escritor florentino Dante Alighieri (1265 - 1321), em sua obra poética intitulada "A divina Comédia".
"A divina Comédia" é um clássico da literatura italiana e mundial com características épicas e teológicas. É dividida em três partes (Inferno, Purgatório e Paraíso) em que Dante se coloca na própria epopeia.
O último verso do Paraíso (terceira parte, canto XXXIII) é a seguinte:
"L'Amore que muove il sole e l'altre stelle", em tradução livre, amor que move o sol e as outras estrelas.
Esta frase acima é utilizada por Ricardo, em "Amor orbital", para trazer os astros e seu brilho para aquele amor expresso. Para Dante, o brilho extremo significava o divino. Ricardo aproxima a luminância.
O geocentrismo remete a uma teoria cosmológica da antiguidade. Era uma teoria amplamente aceita em que Ptolomeu (90 d.C. - 168 d.C.) formatou a teoria de que a Terra era fixa e os astros giravam em seu torno (inclusive o sol). Dante viveu com este pensamento em voga.
O geocentrismo também foi aceito na teoria bíblica, ao colocar o homem como o centro da criação divina.
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