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Arte Abstrata no Brasil
No Brasil, a arte abstrata ganhou força a partir da I Bienal de São Paulo (1951). Entre os artistas brasileiros de arte abstrata, podemos destacar:
1. Antônio Bandeira, 1922 – 1967, Fortaleza, Ceará
É um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares em museus do mundo. Com Aldemir Martins, Inimá de Paula e outros, fez parte do Movimento Modernista de Fortaleza, nos anos 1940.
Renomado mestre da pintura abstrata — e também das aquarelas —, viveu grande parte de sua vida na França. Conviveu com os pintores da tradicional École de Paris, integrando-se a eles plenamente até seu retorno ao Brasil em 1960.
2. Ivan Serpa, 1923 – 1973, Rio de Janeiro
Foi um pintor, desenhista, professor e gravador brasileiro. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscilou entre o figurativismo e a arte concreta. Recebeu vários prêmios no Brasil e participou de várias bienais realizadas em São Paulo, além de Veneza (1952, 1954 e 1962) e Zurique (1960).
Entre o final dos anos 50 e começo dos anos 60, seu trabalho ganhou novos contornos, passando a incorporar elementos menos determinados como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil, construiu imagens entre a abstração e a figuração.
3. Iberê Camargo, 1914 – 1994, Restinga Seca, Rio Grande do Sul
Foi um pintor, gravurista e professor brasileiro; uma grande referência para a arte gaúcha e brasileira, em geral.
Embora tenha estudado com figuras marcantes representativas de variadas correntes estéticas e formas de vista, não se pode afirmar que tenha se filiado a alguma. Suas obras estiveram presentes, e sempre reapresentadas, em grandes exposições pelo mundo inteiro, como na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza.
O pintor matou a tiros o engenheiro Sérgio Alexandre Esteves Areal, de 32 anos. Uma versão diz que o homem discutia com uma mulher quando Camargo se intrometeu. Após uma luta, o pintor teria atirado no engenheiro.
Segundo a Fundação Iberê Camargo, ele passou um mês preso e foi absolvido por legítima defesa. Ao ser absolvido, em 1982, ele volta a viver em Porto Alegre. A pintura que começa a fazer depois ganha tom dramático. A princípio, insere figuras humanas que convivem, em grandes telas, com signos mais corriqueiros de sua obra. Ele se retrata em meio a carretéis e cubos.
4. Manabu Mabe, 1924 – 1997, Kumamoto
Manabu Mabe, japonês naturalizado brasileiro, chegou ao Brasil ainda criança e, com a família, trabalhou nos cafezais do interior paulista (início do século XX).
Com os lápis crayon trazidos da escola primária do Japão, ele retratava a paisagem em papel ou em sacos de café. Adulto, Mabe instala-se em São Paulo decidido a viver de sua arte. Pinta natureza-morta, corpo humano e se deixa seduzir pelo cubismo, mas seu destino é ser o pioneiro do abstracionismo no Brasil.
Sua obra é vista em exposições nacionais e internacionais e, na esteira do sucesso de crítica e público, chega o reconhecimento na forma de importantes premiações. O artista registrou o belo e o calor das cores brasileiras, adotando um estilo único chamado de pintura gestual, que mistura a caligrafia japonesa com manchas cromáticas.
5. Waldemar Cordeiro, 1925 – 1973, Roma, Itália
Artista plástico ítalo-brasileiro, paisagista e crítico de arte, Waldemar Cordeiro nasceu em Roma em 1925, onde estudou na Academia de Belas Artes, mudando-se para São Paulo em 1946. A partir daí, sua obra ingressa no abstracionismo, abandonando as características expressionistas de seus primeiros trabalhos.
Em 1949 participou da mostra Do figurativo ao abstracionismo, que marca o início das atividades do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Mam-SP). Depois, em 1952, cria o Grupo Ruptura, junto a nomes como Geraldo de Barros, Lothar Charoux e Luís Sacilotto.
Tornou-se o líder do movimento concreto em São Paulo, estabelecendo contato com os poetas concretos Décio Pignatari, Augusto de Campos e Haroldo de Campos, introdutores do concretismo na poesia.