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Nas duas primeiras décadas do século XX, a exploração colonial portuguesa no sul de Moçambique começava a consolidar-se a partir da criação de mecanismos de discriminação sócio-racial. As políticas colonialistas passaram a criar condições para uma nova estrutura sócio-jurídica e cultural. Todavia, essa nova configuração trazia a palco diferentes altercações de um grupo de africanos urbanos - descendentes de europeus e africanos ou somente destes é que reivindicava a "cidadania" portuguesa e, ao mesmo tempo, declarava-se como os principais representantes dos demais africanos. Auto intitulados filhos da terra e afro-portugueses, esses indivíduos, de certa forma, percebiam tanto sua origem local quanto sua erudição européia; o que gerava conflitos não somente com a estrutura colonial como também com os "usos e costumes" locais. É a partir de tal relação conflituosa que neste artigo se pretende analisar a formação da identidade dos filhos da terra.