• Matéria: Sociologia
  • Autor: biamalaggi19772009
  • Perguntado 3 anos atrás

qual seria a reflexão de Gilberto Freyre para a sociedade atual ?

Respostas

respondido por: paolaestudante1204
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Resposta:

Gilberto Freyre foi um dos mais importantes sociólogos do Brasil, tendo construído uma obra inteiramente dedicada à análise das relações sociais no período colonial brasileiro e como essas relações contribuíram para a formação do povo brasileiro no século XX. Seu destaque deu-se por defender uma teoria de que a miscigenação formaria uma população melhor e mais forte, ao contrário do que pensavam as teorias etnocêntricas, higienistas e eugênicas dos antropólogos e intelectuais do século XIX e XX.

Enquanto era comum na época pensar que deveria haver uma pureza racial, Freyre caminha na contramão disso dizendo que a miscigenação é positiva. No entanto, a sua obra, apesar de ter uma base antirracista, contribuiu para as críticas aos movimentos antirracistas por ter formulado uma espécie de mito da democracia racial no Brasil colonial e no Brasil republicano, apontando a miscigenação como fundamento para essa ideologia.

Explicação:

O antropólogo e sociólogo brasileiro Gilberto Freyre nasceu na cidade de Recife, Pernambuco, em 15 de março de 1900. De família tradicional na sociedade recifense, seu pai, Alfredo Freyre, era professor, advogado e juiz. Freyre estudou no antigo Colégio Americano Gilreath, atualmente Colégio Americano Batista, instituição de ensino tradicional dirigida por algum tempo por seu pai. Freyre despontou-se desde cedo como um talento para a literatura e as ciências humanas. Ainda no colégio, o sociólogo participou como editor e redator do jornal O Lábaro, produzido pelo Colégio Americano Gilreath.

Freyre estudou sociologia, mas não no Brasil, pois ainda não havia sido fundado o primeiro curso superior de sociologia no país, o que somente aconteceu em 1933. Em 1918 o intelectual partiu para os Estados Unidos, onde cursou, na Universidade de Baylor, o bacharelado em artes liberais e a especialização em ciências políticas e sociais. Na Universidade de Columbia, Freyre cursou o mestrado e o doutorado em ciências políticas, jurídicas e sociais, defendendo a tese de doutorado intitulada A vida social no Brasil em meados do século XIX.

Na década de 1920, ele retornou ao Brasil após os seus estudos nos Estados Unidos e várias viagens pela Europa, voltando também a residir em Recife. Em 1926 participou da formulação do Manifesto Regionalista, grupo contrário à Semana de Arte Moderna de 1922, de caráter nacionalista. Os regionalistas eram contra a “deglutição” da cultura europeia para formular uma cultura brasileira, defendida pelos modernistas, valorizando somente aquilo que era originalmente brasileiro.

Entre 1927 e 1930, Freyre foi chefe de gabinete do governador de Pernambuco, Estácio Coimbra, e, em 1933, no exílio político provocado pela Revolução de 1930 e com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, publicou o seu mais famoso livro: Casa-grande e Senzala. Em 1946 foi eleito deputado federal constituinte. Freyre recebeu vários prêmios e doutorados honoris causa e foi contemplado com o título de Cavaleiro do Império Britânico, concedido pela Rainha Elizabeth II, da Inglaterra. Freyre foi na contramão de quase todas as teorias antropológicas que surgiram no século XIX por meio de intelectuais como Herbert Spencer. As teorias antropológicas clássicas eram etnocêntricas e defendiam a supremacia da “raça” branca em relação às demais. Políticos e intelectuais brasileiros trouxeram tais ideias de “pureza racial” para o Brasil e tentaram, no início do século XX, um “branqueamento” da população brasileira como proposta para a melhoria da sociedade.

Para Gilberto Freyre, a miscigenação era positiva. Como estudioso de antropologia, Freyre era adepto das teorias do antropólogo alemão, radicado nos Estados Unidos, Franz Boas. Boas defendia que a cultura de um povo deveria ser estudada não em comparação à própria cultura do antropólogo, mas com uma imersão desse profissional naquela cultura como se fizesse parte dela. Isso permitiria ao estudioso olhá-la de perto e sem preconceitos.

Para Freyre, o Brasil colonial apresentou uma sociedade que miscigenou e integrou africanos, índios e brancos, e era isso que teria formado uma raça mais forte, mais intelectualmente capaz e com uma cultura mais elaborada.


paolaestudante1204: Lê esse texto ai quê vc vai acha a resposta
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