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O Racismo Científico tem registro desde os primórdios da teoria da evolução humana de Charles Darwin, quando atestava a existência de raças inferiores e que poderiam ser capazes de evoluírem com o passar dos tempos. Já o naturalista francês Georges Louis Leclerc, conde de Buffon, pensou, ainda no século XVIII, na ideia de degeneração, que seria amplamente usada em meados do século seguinte para se discutir as misturas raciais, sobretudo no Brasil. Segundo ele, se o negro e o branco não pudessem “produzir juntamente haveria duas espécies distintas; o negro estaria para o homem como o asno para o cavalo, ou antes, se o branco fosse homem, o negro não seria mais homem, seria um animal à parte como o macaco…”.
Essas teorias foram amplamente difundidas através do cientificismo na Europa, cujo discurso científico “recebeu largo espaço no Brasil, questionando e disputando espaços inclusive com a religião e a Igreja, até então grandes fontes dos discursos fechados e competentes da época”, afirma o pesquisador da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), no artigo Racismo científico: o legado das teorias bioantropológicas na estigmatização do negro como delinquente, Flávio Raimundo Giarola. O francês Louis Couty, na época professor na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e no Museu Nacional, pode ser tomado como exemplo de viajante que tendeu a ver o Brasil sob a ótica negativa do racismo europeu.