prove que você não é um programa de computador.
prove que você está vivendo não é uma lembrança.
Respostas
Partindo dessa premissa, difícil dizer se você é real. Eu poderia, inclusive, me questionar se quem perguntou não foi um computador se passando por uma pessoa que quer saber sobre uma questão tão complexa quanto essa. Mas tudo bem, vou supor que você é um ser vivo feito de oxigênio, carbono e hidrogênio.
Primeiro de tudo, é necessário provar que você existe. Consegue fazer isso? O que garante que você está no mundo? Vou supor que você, enquanto alguma coisa, existe. Resta agora saber se você é um computador que simula um ser humano ou se você é um ser humano.
Se nós adotarmos a abordagem do Jonh Searle, podemos fazer a seguinte distinção entre homem e máquina. As máquinas são capazes de possuir sintaxe, isto é, regras de comunicação interna, como uma linguagem de programação, por exemplo. As máquinas tem input e output de dados e tudo o que elas fazer é processar esses dados e dar retorno ao usuário. Elas não são capazes de ter semântica. Elas não conseguem dar significado às coisas.
Já os seres humanos são capazes de ter sintaxe e semântica, isto é, conseguem fazer tudo que os computadores fazem e ainda dar significado aos acontecimentos. Nós temos consciência. Na visão de Searle você seria real se conseguir dar sentido às suas entradas e saídas de dados. O máximo que as máquinas vão conseguir fazer é simular as emoções, as reflexões mas, internamento falando, tudo não passa de sintaxe, regras lógicas transformando tudo em 0s e 1s.
Se adotarmos a visão de Descartes, basta aplicar o método da dúvida hiperbólica. Basicamente você começa duvidando de tudo e estende esta dúvida até a sua própria existência. Você chegará a conclusão de que a dúvida garante a sua existência porque se você não existisse como você poderia duvidar? Esse simples fato, ajuda a eliminar a hipótese de você ser máquina porque a dúvida ´se dá, fundamentalmente, no nível da semântica. Uma máquina não tem uma crise existencial porque ela não tem consciência da própria existência. Se houvesse consciência, a pergunta feita por uma máquina seria espontânea e não programada.