Por que ler os clássicos? Comecemos com algumas propostas de definição: “Os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: ‘Estou relendo…’ e nunca ‘Estou lendo…’”. Isso acontece pelo menos com aquelas pessoas que se consideram “grandes leitores”; não vale para a juventude, idade em que o encontro com o mundo e com os clássicos como parte do mundo vale exatamente como primeiro encontro. O prefixo reiterativo antes do verbo “ler” pode ser uma 1pequena hipocrisia por parte dos que se envergonham de admitir não ter lido um livro famoso. Para tranquilizá-los, bastará observar que, por maiores que possam ser as leituras de “formação” de um indivíduo, resta sempre um número enorme de obras que ele não leu. (…) “Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los.” De fato, as leituras da juventude podem ser pouco profícuas pela impaciência, distração, inexperiência das instruções para o uso, inexperiência da vida. Podem ser (talvez ao mesmo tempo) formativas no sentido de que dão uma forma às experiências futuras, fornecendo modelos, recipientes, termos de comparação, esquemas de classificação, escalas de valores, paradigmas de beleza: todas, coisas que continuam a valer mesmo que nos recordemos pouco ou nada do livro lido na juventude. Relendo o livro na idade madura, acontece reencontrar aquelas constantes que já fazem parte de nossos mecanismos interiores e 2cuja origem havíamos esquecido. Existe uma força particular da obra que consegue fazer-se esquecer enquanto tal, mas que deixa sua semente. A definição que dela podemos dar então será: “Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, 3mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual.” Por isso, deveria existir um tempo na vida adulta dedicado a revisitar as leituras mais importantes da juventude. Se os livros permaneceram os mesmos (mas também eles mudam, à luz de uma perspectiva histórica diferente), nós com certeza mudamos, e o encontro é um acontecimento totalmente novo. Portanto, usar o verbo ler ou o verbo reler não tem muita importância. De fato, poderíamos dizer: “Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira.” “Toda primeira leitura de um clássico é na realidade uma releitura.” A definição 3 pode ser considerada 4corolário desta: “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.” Italo Calvino, Por que ler os clássicos. a) Segundo o autor, clássicos são livros que “constituem uma riqueza para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los.” Na sua opinião, qual seria a principal condição para que esse tipo de leitura ocorresse? b) Que sentido o autor atribui às palavras “mimetizando” (ref. 3) e “corolário” (ref. 4)?
Respostas
Resposta:
Because, this is librarian and motifs and others be reading of thousand of books be together can be great and some example of words that can be remembered and casualties so how about some Aesop fablles and the greek words the master is the new have ben have an a exciting trip and another and some greatfull of words be instead so i have been some questionaire of words make me read of 1000 books maker and another library nature be handsome
Explicação:
i will coudt help
a) A melhor época para se ler um clássico é aquela em que o leitor esteja devidamente preparado para apreciá-lo, o que significa ter maturidade e conhecimento suficientes para aproveitar as qualidades da obra.
b) “mimetizar”= introjetar, assimilar etc.; ”corolário”= consequência.
b) “mimetizar”= introjetar, assimilar etc.; ”corolário”= consequência.