Respostas
Resposta:
O sertão pegava fogo, o sol chupava os poços e o casal sonhava desgraças. Se achassem água ali por perto, beberiam muito, sairiam cheios, arrastando os pés. Quando escreveu Vidas Secas, em 1938, Graciliano Ramos não conhecia os lavradores Matheus Dias, 19 anos, e Valquíria Oliveira, 19, mas conhecia Fabiano e Sinhá Vitória.
Os da vida real ainda parecem estar na puberdade, mas já são castigados pela seca desde os primeiros dias da vida – tal qual os da ficção. Para cuidar da rotina da casa, Matheus e Valquíria precisam buscar água longe. Diariamente, saem para pegar água em um riacho que fica a alguns minutos de onde moram, já numa das áreas mais pobres do centro de Morrinhos, povoado na zona rural de Feira de Santana, no distrito de Jaguara. Na casa sem pintura onde moram há seis meses com o filho Allysson, 3, não existe água encanada.
Explicação: