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O método, elaborado por Descartes, tem como objetivo
demonstrar o modo com que o autor conduziu seus estudos, ou melhor, como
conduzia sua razão. O objetivo, proposto por Descartes, era criar uma Ciência Universal dando a natureza um
cunho de alta perfeição onde o filósofo/cientista deveria se ater a regras
metódicas para obter verdades universais.
O
filósofo busca esvaziar-se de si e de tudo que outrora aprendera para buscar
uma verdade imaculada, com fundamentos firmes, onde não haja espaço para a
dúvida. Na segunda parte do Discurso do Método, ele deixa transparecer seu
julgamento a respeito de vários autores para apenas uma obra, deixando claro a
intenção de se buscar a verdade e não a opinião pessoal daqueles que escrevem a
respeito das ciências: “... sendo compostas e aumentadas pouco a pouco
pelas opiniões de muitas pessoas diferentes, não se aproximam tanto da verdade
quanto os simples raciocínios que um homem de bom senso pode fazer naturalmente
sobre as coisas que lhes apresentam.” (Discurso do Método, pag. 24)
Extremamente
metódico, Descartes, procura a verdade chegando a quatro princípios para
orientar e desenvolver corretamente o saber científico, esses princípios apesar
de serem simples, gerais e abstratos, tem como objetivo demonstrar o método que
se deve seguir e para que seja devidamente utilizado há a necessidade de
treino, pois com o devido treinamento e aplicação se chegaria a uma conclusão
não baseada em fatos mais baseada na verdade. A meu ver, é necessário frisar
que ele não queria impor um método e sim demonstrar como era a sua razão.
Esses
princípios resumidamente são: primeiro – não aceitar nada como verdadeiro se
realmente não o for, se houver dúvidas isso pode não ser verdadeiro; segundo – dividir
o problema para que fique mais fácil a resolução do mesmo; terceiro – ordenar
os pensamentos, começando do mais simples até chegar ao mais complexo; quarto –
não omitir nada, fazer revisões completas e cuidadosas.
Nas
regras para a orientação do espírito, Descartes, noz diz na Regra IV que o
método é necessário para a busca da verdade “... é muito melhor jamais pensar em procurar a
verdade de alguma coisa a fazê-lo sem método...” (Regras
para orientação do espírito, pag 19). Para ele, não obedecer a um método é
andar nas trevas, onde não se deve confiar por ser obscuro e faltar clareza.
Quando se utiliza devidamente o método dificilmente se tomará o falso por
verdadeiro e assim se erradicará a dúvida.
Trilhando
esse caminho em busca da verdade, Descartes coloca em dúvida todas as coisas,
conhecido como a dúvida metódica (ato de considerar falso todas as opiniões
passadas) é por ele desenvolvida a tal ponto que algo só se é verdadeiro se é
indubitável.
Dessa
maneira sua própria existência foi colocada em dúvida chegando a conclusão de
que ele só existe por pensar. É necessário ser para duvidar. Assim, se “eu” existo
“eu” duvido, se “eu” penso “eu” existo. A célebre frase escrita por ele e
muitas vezes mal interpretada: “penso, logo existo” nos dá a ideia certeira do que ele quer nos passar:
é necessário existir para exercer o pensamento e ninguém pode nos furtar visto
que se deixamos de pensar deixamos de ser. A essa atividade pensante dá se o
nome de cogito.
Concluo
que o método introduzido por Descartes, e tão bem defendido por ele, ao seu
modo de ver, levaria o homem a verdade sem qualquer ponto de dúvida e sem
qualquer obscuridade, pois aquele que busca verdades universais deve se despir
de suas próprias opiniões, respeitar os pensadores e a época em que viveram,
seguir um caminho claro e conciso sem deixar nada obscuro.
Simplificando é o cogito a primeira verdade indubitável.
Simplificando é o cogito a primeira verdade indubitável.
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