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A venda das indulgências, ou seja, pagamento monetário pelo perdão espiritual dos pecados concedido pela Igreja Católica, foi um mecanismo criado para obter vantagens econômicas e políticas em meados da Idade Média. Ela tornou-se mais tarde um fator determinante para a ocorrência das chamadas Reformas Religiosas do século XVI.
As indulgências consistiam na remissão completa dos pecados cometidos por um indivíduo por meio de pagamento monetário, teoricamente calculado com base na posição social e cada pecado que deveria ser perdoado. As primeiras referências à elas podem ser encontradas ainda no século XI, quando foram amplamente utilizadas para incentivar a luta contra os inimigos da fé cristã em Jerusalém, considerada uma cidade santa, ou então contra hereges na própria Europa, como os albigenses. Era considerado que, após efetuada a compra de uma indulgência, que a posição de qualquer um no paraíso já estava garantida. Como se tratava de uma preocupação central no imaginário social-cultural da Idade Média, em geral as indulgências eram bem recebidas popularmente, embora provocassem mais polêmica em meios eruditos.
Com o avanço dos séculos, a venda de indulgências passou a ser cada vez mais uma forma de ganho financeiro fácil para a Igreja Católica. Em meio ao desenvolvimento e crescimento durante os séculos XIV e XV do movimento intelectual conhecido como Humanismo, que defendia a superação de antigas estruturas medievais, as vendas de indulgências passaram a ser cada vez mais criticadas, juntamente com outro importante meio de ganho financeiro da Igreja: a venda de objetos sacros. Isso acabaria por gerar iniciativas reformistas em regiões onde a Igreja não tinha tanta influência política. Na Inglaterra, o professor John Wycliffe criou uma “teoria da comunidade invisível dos eleitos”, defendendo que os extensos bens eclesiásticos existentes em seu país fossem devolvidos ao soberano temporal. Na Boêmia, o sacerdote Jan Huss tornou-se célebre pelos seus sermões carregados de críticas aos abusos eclesiásticos. Julgado e condenado por tal, ele seria queimado na fogueira em 1415.
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