O IMPÉRIO DA VAIDADE
Paulo Moreira Leite
Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem piquenique na pria? Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer para os participantes.
O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar “milk-shake”, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça – a conversa com o amigo, o cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada – e a humanidade sempre gostou de conviver com eles. Comer uma feijoada com amigos, tomar caipirinha no sábado é também uma grande pedida. Ter um momento de prazer é compensar muitos momentos de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera luta pela vida isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O prazer gratuito, espontâneo está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição. Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer nos fazer infelizes, ansiosos, neuróticos. As filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que desfilam em Paris, os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e do comércio. Querem que sintamos culpa quando nossa silhueta fica um pouco mais gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis – mas porque, se não ficamos angustiados, não faremos mais regimes, não compraremos mais produtos dietéticos, nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam de nossa impotência, da nossa insegurança, da nossa angústia.
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo.
9) 9) No final do 4°parágrafo, a quem o autor se refere, quando diz: "precisam de nossa impotência, da nossa insegurança, da nossa angústia."?
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Respostas
INTERPRETAÇÃO TEXTO:
O IMPÉRIO DA VAIDADE -
No final do 4°parágrafo, a quem o autor se refere, quando diz:
"precisam de nossa impotência, da nossa insegurança, da nossa angústia."?
Neste texto o autor reforça a ideia que
“ A ditadura da indústria e do comércio da beleza, reforçada pela mídia.”
Ele caracteriza as pessoas como “infelizes, ansiosos, neuróticos”.
Por que temos cada um desses sentimentos.
▪️IMPOTENCIA▪️
Não podemos fazer nada contra a ação do tempo que age em nossos corpos. A velhice é inevitável !
▪️ INSEGURANÇA▪️
devido a competição acirrada,da sociedade nunca estamos seguros de nós mesmos.
▪️ ANGÚSTIA▪️
não sabemos como reagir ao envelhecimento numa sociedade que só da valor a pessoa jovem.
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