(Mackenzie)
José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes logo que chegam. E falou dos equívocos de nossa política imigratória. As pessoas que ele encontrou não eram agricultores e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu músicos profissionais, bailarinas austríacas, cabeleireiras lituanas. (...) Tudo gente para o asfalto, “para entulhar as grandes cidades”, como diz o repórter.
(...) Mas eu peço licença para ficar imaginando uma porção de coisas vagas, ao olhar essas belas fotografias que ilustram a reportagem.
(...) – não, essa gente não vai aumentar a produção de batatinhas e quiabos nem plantar cidades no Brasil Central.
É insensato importar gente assim. Mas o destino das pessoas e dos países também é, muitas vezes, insensato: principalmente da gente nova e países novos. A humanidade não vive apenas de carne, alface e motores. (...) e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso poderia? Ninguém sabe que destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses homens de profissões vagas. Eles estão procurando alguma coisa: emigraram. Trazem pelo menos o patrimônio de sua inquietação e de seu apetite de vida.
Rubem Braga. Rio de Janeiro, janeiro de 1952.
Poderia fazer parte do texto, por ser coerente com o pensamento do cronista, a seguinte consideração:
Escolha uma opção:
a.
Sejamos humildes diante da pessoa humana; o grande homem do Brasil de amanhã pode descender de um estrangeiro que neste momento está saltando assustado numa praça brasileira, sem saber aonde ir, nem exatamente o que fazer.
b.
Façamos uma política de imigração sábia, baseada na visão objetiva de nossas necessidades materiais, sem acolher estrangeiros cuja bagagem são desejos inconsistentes.
c.
Aqueles que deixam sua terra em busca de novos horizontes só têm futuro e podem contribuir com sua “nova pátria” se forem habilidosos em seus ofícios e se tais ofícios se relacionarem a atividades básicas de produção de alimentos e serviços técnicos.
d.
Cada pessoa se revela naquilo a que se dedica e sua prática determina, sem mistérios, toda sua trajetória existencial.
e.
Grandes cidades são o espaço ideal para os estrangeiros que, sem formação técnica ou recursos intelectuais apurados, nelas se aglomeram, à espera de uma oportunidade de entrar com facilidade no trem no futuro.
Respostas
A consideração que poderia fazer parte do texto por ser coerente com o pensamento do cronista está colocada na letra A) Sejamos humildes diante da pessoa humana; o grande homem do Brasil de amanhã pode descender de um estrangeiro que neste momento está saltando assustado numa praça brasileira, sem saber aonde ir, nem exatamente o que fazer.
Importância da humildade
No texto, percebemos que o autor disserta sobre uma posição humanista, universalistas e de humildade diante da insensatez e de acontecimentos incertos na vida. Por isso, é a alternativa A que mais se associa com o texto, já que ela fala de um homem forte e poderosos que pode necessitar de um estrangeiro em qualquer momento de sua vida.
Esse texto é importante para o entendimento de que a humildade é necessária, já que ela aproxima as pessoas e faz com que laços fortes sejam criados, além de formar pessoas sensíveis e respeitosas.
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