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Na 1ª Geração do Romantismo, no século XIX, criou-se uma imagem do índio de forma heroica na poesia, a fim de associá-la à construção de um sentimento nacionalista no Brasil. No entanto, na conjuntura contemporânea, os índios são marginalizados socialmente, uma vez que as populações nativas têm seus direitos sistematicamente desrespeitados. Nesse contexto, deve-se analisar como os estereótipos e a negligência governamental impulsionam tal problemática.
Em primeiro lugar, desde o século XVI, início da colonização, os indígenas são alvos de preconceitos e discriminações. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, a sociedade possui padrões que são impostos, naturalizados e, posteriormente, reproduzidos pelos indivíduos. Sob tal ótica, o errÔneo pensamento de superioridade do homem branco em relação ao índio corrobora para a disseminação de estereótipos no âmbito social. Tal fato ocorre devido a uma visão etnocêntrica dos nativos como indivíduos “não civilizados” e como figuras folclóricas, haja vista que a sociedade apenas reconhece os indígenas no mundo literal, contribuindo para a invisibilidade desse grupo. Por consequência, o desconhecimento da vida nativa implica desrespeito às comunidades indígenas.
Outrossim, o Estado não cumpre o seu papel de assegurar os direitos constitucionais aos índios em[6][9] decorrência da pressão dos latifundiários. Consoante o sociólogo Karl Marx, o capitalismo prioriza lucros em detrimento de valores. Nessa lógica, a expansão do agronegócio compromete as demarcações de terras da tribos indígenas, previstas na Constituição Federal de 1988, que garante a manutenção da existência social e cultural desses grupos. Isso porque, os interesses políticos e econômicos visam expandir as áreas agrícolas, ocupando territórios pertencentes aos nativos, fato esse que resulta em conflitos violentos entre proprietários de terras e índios. Com efeito, a população nativa tem o contínuo extermínio dos seus direitos e da sua cultura.
Infere-se, portanto, que a valorização do índio é imprescindível para alterar o cenário vigente. Logo, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Cultura, por meio de oficinas e atividades lúdicas, incentivar grupos de estudos sobre as culturas indígenas, desde a educação básica, com o fito de mitigar qualquer concepção de inferioridade dos nativos. Ademais, o Poder Público, por intermédio dos Três Poderes, deve criar cadeiras participativas no Congresso para líderes indígenas, no intuito de uma maior atuação desse grupo nas decisões políticas acerca das demarcações de terras.