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Desde o período colonial, muitos grupos sociais defendiam a implantação de uma república. Mas apenas no século XIX, com a expansão da lavoura cafeeira e a formação de uma rica camada de fazendeiros no Sudeste, o projeto republicano ganhou força. Os cafeicultores do Oeste Paulista, principalmente, passaram a defender uma nova organização política para o Brasil, que assegurasse mais poder para as províncias e, na prática um controle maior dessa camada social sobre as instituições do Estado. A defesa de um poder maior para as províncias era o ponto central do programa do Partido Republicano Paulista (PRP), fundado em 1873 e formado basicamente por representantes dos cafeicultores de São paulo. Nos setores urbanos, a república tinha o apoio de profissionais liberais e das alas mais jovens do Exército, que combatiam a extrema centralização do regime monárquico. Havia grande divergências entre os republicanos. O grupo dominante, liderado pelo jornalista Quintino Bocaiuva, pregava que a passagem da monarquia para a república deveria acontecer sem agitações sociais, que poderiam ameaçar a ordem estabelecida. Outros, como o advogado Silva Jardim, criticava as propostas conservadoras da maioria dos republicanos e defendiam uma ampla mobilização popular para derrubar a monarquia. A questão militar Durante o governo de D. Pedro II, o Exército ocupou uma posição marginal na politica brasileira. Os baixos soldos, a rígida disciplina da corporação e a lentidão nas promoções desencorajavam os filhos das elites a seguir a carreira militar. Após a Guerra do Paraguai, o Exército saiu fortalecido como corporação. Vitoriosos no conflito, muitos oficiais queriam desempenhar um papel central na vida política, além do de defensor das instituições da soberania nacional, atribuições impostas pela Constituição. Na década de 1880, houve uma série de atritos entre o governo e oficiais do Exército motivada pelo envolvimento dos militares em questões da política nacional. Os constantes enfrentamentos desgastaram a relação entre o Exército e o governo e enfraqueceram a monarquia. A cada dia ficava mais evidente o projeto dos militares de assumir um novo papel na cena brasileira.