A alegria
O sofrimento não tem
nenhum valor
não acende um halo
em volta de tua cabeça, não
ilumina trecho algum de tua carne escura
(nem mesmo o que iluminaria
a lembrança ou a ilusão
de uma alegria).
Sofres tu, sofre
um cachorro ferido, um inseto
que o inseticida envenena.
Será maior a tua dor que a daquele gato que viste
a espinha quebrada a pau
arrastando-se a berrar pela sarjeta
sem ao menos poder morrer?
A justiça é moral, a injustiça
não. A dor
te iguala a ratos e baratas
que também de dentro dos esgotos
espiam o sol
e no seu corpo nojento
de entre fezes
querem estar contentes.
GULLAR, Ferreira. Na vertigem do dia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
Na segunda estrofe, o questionamento do eu lírico é expresso por meio de uma:
a) metáfora da impotência diante da morte iminente.
b) antítese entre as ideias de sofrimento e de alegria.
c) comparação entre a dor humana e a dor do gato.
d) hipérbole da violência cometida contra o animal.
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Resposta:
alternativa C
Explicação:
A estrofe claramente compara a dor humana com a dor de um gato.
guiterra74:
Obrigado
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Resposta:
c) comparação entre a dor humana e a dor do gato.
Explicação:
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