alguém pfvr faz o resumo do livro tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fossemos eu e você (tem que ter no mínimo 50 linhas)
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A sociedade que Marcos conhece tem nas mãos uma polêmica ferramenta: injeções que permitem àqueles que a ela se submetem a oportunidade de nunca mais dormir. Depois de perder a mãe, a pessoa mais próxima que já teve em toda a vida, ele decide tomá-la. Está tudo acertado para o procedimento quando, no instante final, a polícia lhe liga em busca de seu misterioso dom.
Acontece que Marcos consegue ler as memórias e sentimentos mais pulsantes da história pessoal de qualquer um com apenas ao olhá-los. Como se não bastasse essa peculiaridade, na delegacia lhe espera o primeiro alienígena a chegar à Terra, que ironicamente, também é o primeiro que ele não consegue “acessar”. É o “estranho” que lê o rapaz. Uma olhada basta para que todos os fatos sobre a existência de Marcos sejam entregues, desde o vazio causado pela perda recente da mãe, passando pela garota que não sai de sua cabeça, até segredos que ninguém mais pode revelar.
Temos medos. Todo mundo tem medos. Mas o bom da vida é que quase ninguém nos pergunta quais são os nossos.
As pessoas os intuem, os farejam, os descobrem um dia em um aeroporto, no meio de uma rua escura, ao tomar um ônibus no meio de uma cidade desconhecida… E, de repente, percebem que temos medo de voar, da escuridão, de ser assaltado, ou de amar e entregar no sexo parte de nós.
Naquela noite, enquanto apertava as injeções, eu tinha um medo terrível de perder… de perder o sono, de me transformar em mais um que havia parado de dormir. Em mais um daqueles da praça. Minha mãe me disse certa vez: “Ser diferente depende apenas de quantos estejam em seu bando”.
Em menos de 200 páginas, Albert Espinosa encontrou a própria maneira de abordar três dos pontos que regem a vida: arte, amor e relacionamento interpessoal. “Tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fôssemos você e eu” é peculiar, às vezes aparentemente inadequado, às vezes inquietante, mas sempre diferente do que há aos montes por aí. É uma sensação engraçada se envolver e tentar interpretar uma obra tão única. Você sabe que é algo ali, mas é preciso transpassar sua noção de normalidade, ampliar o conceito de qualidade e expandir um pouco a mente. Contudo, ainda assim há a chance de que talvez não funcione.
Esse é um livro formado de opostos. Diz muito ao pouco dizer. Se passa numa realidade que é e não é a nossa; num tempo que nos pertence, mas escapa por buracos causados por nosso maior ou menor nível de compreensão. O tempo todo, somos embalados em lembranças, tristeza, promessas, expectativas… Nós, leitores, tanto quanto para o protagonista.
A bondade e a maldade são como os pontos cardeais de cada um. Como aquele jogo em que temos que ligar os pontos para obter uma imagem.
Os pontos estavam na minha mão.
Os capítulos são curtos, com nomes que chamam atenção pela criatividade. O lado desconcertante fica tanto com o aspecto enxuto da narração, cheia de reflexões, quanto com as relações envolvendo amor. Em “Tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fôssemos você e eu”, fala-se da inconstância, da impossibilidade, da mutação do sentimento. A passagem dele da natureza pura a outras pode incomodar, mas a revelação final desconstrói tanto que fica difícil não darmos uma balançada. É isso que mais dá vontade de reler para repensar tudo. Bem, isso e mais alguns segredos que eu, outros leitores, e os humanos (e alien) do livro guardamos.
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