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Segundo estimativas feitas pela OCDE, Unesco e Ricyt (1), se somarmos a participação da América do Norte, Europa e Ásia no total de investimentos realizados em P&D teremos tanto em 1994 quanto em 2003 o altíssimo percentual de 97%. Fica evidente, como observa Chesnais (2) , que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento estão entre as despesas mais concentradas do mundo. Vale acrescentar que a visualização dessa concentração não se limita aos grandes blocos geográficos em escala mundial. Ela também se projeta no conjunto de países e na escala regional de cada país.
Outro indicador revelador da concentração está associado ao número de pesquisadores existentes num país, numa região. De acordo com dados elaborados pelo Observatoire des Sciences et Techniques OST (3), dos 4, 5 milhões de pesquisadores existentes no mundo em 1997, mais da metade encontravam-se na tríade formada pelo Estados Unidos (962.700), União Européia (821.244) e Japão (577.932). Para termos uma noção ainda mais ampla dessa concentração regional de pesquisadores, vejamos os exemplos da França e do Brasil. Na França, a grande maioria dos pesquisadores atua na região Île-de-France; em 1997, a região reunia 32,7% dos pesquisadores de instituições públicas civis e 51,1% dos pesquisadores ligados a empresas privadas. No caso brasileiro, dados produzidos pelo CNPq mostram que dos 58.961 pesquisadores ligados aos diferentes grupos de pesquisa cadastrados em 2002, 43.163 estavam na regiões Sudeste e Sul. Esta situação está naturalmente refletida nos resultados obtidos pela prática técnico-científica.