Releia o texto a seguir. Porquinho-da-índia Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índia. Que dor de coração me dava Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Ele não gostava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas - O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada. Manuel Bandeira. Libertinagem. In: Poesia completa e prosa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 208. Considerando o último verso, pode-se dizer que o poema de Manuel Bandeira
A) resume-se à narração de um caso da infância do autor.
B) tematiza a saudade da inocência infantil, que ficou perdida no passado.
C) fala da vida afetiva do eu lírico, cujas frustrações começaram já na infância.
D) exprime liricamente a impossibilidade de correspondência afetiva dos animais.
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Resposta:
LETRA C
Explicação:
O último verso provoca uma releitura do poema, que, até o penúltimo, parecia apenas contar um caso da infância. O eu lírico vê o porquinho-da-índia como sua primeira namorada, ou seja, a primeira de uma série de frustrações amorosas. Portanto, o tema do poema não é a infância, mas a vida afetiva.DISTRATORES:a) Esta alternativa reflete uma leitura superficial do poema, desconsiderando o que a recusa do porquinho-da-índia simboliza para o eu lírico.b) O poema não tematiza a saudade da infância, nem a perda da inocência, mas a frustração amorosa.d) A temática do poema não é o afeto dos animais, mas frustrações do eu lírico ao longo de sua vida amorosa.
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