Respostas
A música atonal é uma expressão artística que se consolidou a partir do início do Século XX, como um reflexo das emoções sociais e da experiência de transformação na sociedade pós-virada do século. Na esteira da Segunda Revolução Industrial, acontecia o rompimento com o mundo tradicional e ascenção da vida urbana, transformando profundamente toda a organização social e as experiências humanas.
O atonalismo, enquanto parte desse movimento histórico de ruptura, foi uma expressão de vanguarda que buscava romper com a tradição da música erudita e a "crise" por qual passava.
Quebrando com a regra essencial da harmonia ocidental, a tonalidade, o atonalismo desviava de toda a expressão musical existente. Sua sonoridade e composições não eram baseadas nas convenções tonais e harmônicas estabelecidas, e que habitavam o imaginário até então. Fugindo das regras da harmonia clássica, a música atonal experimentou com características que não eram permitidas pelas regras composicionais da época, tais como:
- inflexões harmônicas espontâneas
- melodias e contrapontos pouco usuais
- ritmos e poliritmias experimentais
- acordes e notas de tensão mais "agressivas"
Com o protagonismo de compositores da Segunda Escola de Viena e seu principal nome, Arnold Schöenberg (1874 - 1951), o atonalismo fez surgir uma enorme gama de novas possiblidades para a música, para os compositores, e para o público. Na condição de vanguarda, têm a característica essencial de querer dar expressão para sentimentos e emoções contemporâneas de um processo de transformação social. Nesse sentido, dar forma ao "novo", muitas vezes signfica romper com o velho, com a tradição. A musica atonal abriu caminho para outras expressões posteriores, como o dodecafonismo.
Expressão de um mundo crescentemente industrial, urbano, e na beira da Primeira Guerra Mundial, o atonalismo deu forma e som às emoções de artistas e compositores em meio ao turbilhão das grandes transformações.