• Matéria: Química
  • Autor: cassiohenriquemartin
  • Perguntado 3 anos atrás

Preciso de alguns Argumentos a favor do uso da morfina,para um debate.

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Home / Cuidados Paliativos / Morfina: mitos e verdades para boa prática em Cuidados Paliativos

Morfina: mitos e verdades para boa prática em Cuidados Paliativos

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Carolina Neiva

10 Nov. 2021

4 min

Cuidados PaliativosSaúde PúblicaTerapia Intensiva

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Todo o ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos, sendo quase 80% delas em países de baixa e media renda. No cuidado desses pacientes a dor é um dos sintomas mais incidentes e preocupantes. A estimativa de dor moderada a grave na fase final de vida é de 80% em pacientes com AIDS ou câncer e 67% em pacientes com doença cardiovascular ou doença pulmonar obstrutiva crônica.

Esse cenário torna-se mais dramático quando observamos ainda grandes dificuldades no acesso a medicamentos opioides na saúde publica de acordo com relatórios globais e regionais da OMS. Problemas de ordem regulatória, de recursos, conhecimento técnico dos profissionais no manejo e a própria comunicação médico-paciente podem ser destacados como algumas entre as várias barreiras a serem superadas no melhor manejo da dor e oferta de opioides.

Esse manejo é um dever ético na medida que a falta dele, segundo a OMS, fere o direito à saúde física e mental previsto no artigo 12 do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, além de configurar submissão ao tratamento desumano e degradante conforme descrito no artigo 7 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.

Leia mais: Dor renal grave: adição de cetamina à morfina é eficaz?

Morfina no controle da dor e dispneia

A lista de medicamentos essenciais da OMS, utilizada como ferramenta na construção de politicas públicas para acesso a medicamentos básicos em saúde, tem entre outros opioides a morfina para auxilio no controle da dor e dispneia.

A morfina pode ser considerada o carro-chefe dos opioides em Cuidados Paliativos, tanto que em 2012, no Dia Mundial do Câncer, foi publicado o “Manifesto da Morfina – uma chamada para o acesso econômico à morfina oral de liberação imediata”. Nele conclamaram governos, intuições de cuidados de saúde e a indústria farmacêutica para garantir a acessibilidade da morfina oral de liberação imediata a pacientes necessitados a um custo acessível à comunidade.

Explicação:

Morfina vicia:  morfina causa dependência física; o que é completamente diferente de vicio. Deve-se entender que pacientes que necessitam de um medicamento específico para controlar um sintoma ou processo de doença são dependentes da eficácia terapêutica do mesmo. A dependência física está presente devido ao risco de abstinência quando abruptamente suspensa.  O vício envolve dependência psicológica, o uso da substancia torna-se um meio de alcançar determinado efeito psíquico acompanhado de outras alterações comportamentais associadas (uso não autorizado, aumento de dose não prescrita). Esse mito propagado por pacientes, familiares, profissionais de saúde superestima o risco de dependência reduzindo a probabilidade de um clínico prescrever opioides ou na má adesão do paciente a uma prescrição de opioide.

Morfina causa depressão respiratória, é perigosa: é efeito adverso raro em pacientes onde a dose prescrita foi titulada, principalmente quando falamos de morfina via oral. É um dos efeitos adversos para o qual desenvolve-se tolerância com o uso crônico, um dos primeiros a desaparecerem. Quando presente pode estar acompanhada de outros efeitos: depressão do SNC como sedação e turvação visual. Deve-se estar atento para afastar possível intoxicação por opioide que tem como antidoto o naloxone.

Morfina via oral não serve: A morfina oral tem o mesmo efeito da morfina parenteral, deve-se estar atento para as equivalências nas conversões de via oral para parenteral, 1:3 e vice e versa além de possíveis problemas na metabolização (insuficiência renal e hepática).

Morfina é para quem tem câncer: a morfina é da classe dos opioides indicada no controle da dor moderada a forte, deve ser considerada independente do tipo de doença. Pertence ao terceiro degrau da escada analgésica da OMS junto com os analgésicos opioides fortes. Recomendada também no segundo degrau, em doses baixas, no controle de dores moderadas.

Morfina pode matar/ acelera a morte – mesmo raciocínio do mito anterior. A morfina iniciada em doses baixas, sendo titulada de modo progressivo de acordo com a resposta do paciente de preferência iniciando com a apresentação de morfina oral de ação rápida não mata ou acelera o processo de morte, mas controla bem sintomas como dor, dispneia...

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