Segundo Marcos Bagno, professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília (UnB), a língua é uma entidade social em constante transformação. O povo a reinventa todos os dias. A língua, entretanto, também é utilizada como instrumento de opressão ideológica e fonte de preconceito pelas elites, que não aceitam as variedades linguísticas e os regionalismos, considerados “errados”, pois fogem da norma culta e os quais são geralmente utilizados por classes sociais mais baixas. Bagno se refere a isso como “preconceito linguístico”. “Como todo preconceito, o linguístico é a manifestação, de fato, de um preconceito social, porque o que está em jogo não é a língua que a pessoa fala, mas a própria pessoa como ser social”, diz Bagno. “Rejeitar a língua é rejeitar a própria pessoa e a comunidade de que ela faz parte.” Neste desafio, propomos a construção de um pequeno texto que evidencie a maneira como a linguagem pode atuar na construção ideológica de um povo. Considere os seguintes textos sobre linguagem e ideologia:
Para elaborar o seu texto, considere as seguintes questões:
- O que é a ideologia?
- Como ela se aplica na construção da subjetividade?
- Qual a atuação da linguagem neste contexto?
Respostas
Resposta:
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO
Explicação:
A ideologia, no sentido negativo, pode ser entendida como uma construção do pensamento que não permite ao indivíduo, inserido em sua subjetividade, perceber a realidade, ou seja, ele a enxerga de maneira distorcida. Assim, naturalizando os conceitos, a história parece mover-se em blocos que nunca podem mudar de forma. A ideologia impede o acesso à realidade, construindo uma só maneira de percebê-la, quase sempre determinada pelo poder dominante.
No caso da linguagem, a situação torna-se extremamente complexa se observarmos que nos momentos em que ocorreram as grandes navegações, o mito da língua do colonizador fora usado como sendo esse instrumento ideológico de dominação. Podemos pensar também na ideia de que o inglês seria a língua universal, o que não tem nada de natural. Construiu-se essa ideia para que uma determinada maneira de perceber a realidade, ou seja, uma ideologia pudesse dominar sem que houvesse empecilho. É simples perceber que no momento em que a língua é tomada nessa dimensão ideológica, o próprio imaginário e a subjetividade das pessoas passam a ser conduzidos por essa maneira de entender o mundo.
A linguagem é o local de morada do ser humano, é a nossa maneira de comunicar uns com os outros. Quando esse local sofre uma dominação, parece-nos transparecer que os demais modos de relacionamento acabam influenciados e aprisionados por esse pensamento. Impor uma linguagem é ao mesmo tempo aprisionar em celas a humanidade que se exprime no tempo e, portanto, pelas suas próprias características individuais.
Resposta:
A ideologia, no sentido negativo, pode ser entendida como uma construção do pensamento que não permite ao indivíduo, inserido em sua subjetividade, perceber a realidade, ou seja, ele a enxerga de maneira distorcida. Assim, naturalizando os conceitos, a história parece mover-se em blocos que nunca podem mudar de forma. A ideologia impede o acesso à realidade, construindo uma só maneira de percebê-la, quase sempre determinada pelo poder dominante.
No caso da linguagem, a situação torna-se extremamente complexa se observarmos que nos momentos em que ocorreram as grandes navegações, o mito da língua do colonizador fora usado como sendo esse instrumento ideológico de dominação. Podemos pensar também na ideia de que o inglês seria a língua universal, o que não tem nada de natural. Construiu-se essa ideia para que uma determinada maneira de perceber a realidade, ou seja, uma ideologia pudesse dominar sem que houvesse empecilho. É simples perceber que no momento em que a língua é tomada nessa dimensão ideológica, o próprio imaginário e a subjetividade das pessoas passam a ser conduzidos por essa maneira de entender o mundo. linguagem é o local de morada do ser humano, é a nossa maneira de comunicar uns com os outros. Quando esse local sofre uma dominação, parece-nos transparecer que os demais modos de relacionamento acabam influenciados e aprisionados por esse pensamento. Impor uma linguagem é ao mesmo tempo aprisionar em celas a humanidade que se exprime no tempo e, portanto, pelas suas próprias características individuais.
Explicação:
88 9 9️⃣3️⃣7️⃣6️⃣ 8️⃣2️⃣5️⃣5️⃣