Respostas
Resposta:
Assim, destaca-se a grande importância da realização deste estudo, como uma estratégia de, a partir do conhecimento da percepção dos pescadores acerca dos saberes locais, favorecer ações de Educação Ambiental (EA) para a preservação e valorização de tais saberes, assim como dos ambientes, das espécies, das comunidades de pescadores tradicionais e da comunidade em geral, que permeia o litoral da região estudada; para que esses conhecimentos tradicionais continuem sendo acessados, mesmo quando estes atores sociais não estiverem mais, fisicamente, entre nós.
Explicação:
Resposta:
Oixxx!
Explicação:
INTRODUÇÃO:
A etnoecologia estuda conhecimentos e crenças, sentimentos e comportamentos que intermedeiam as interações entre as populações humanas que os possuem, os elementos dos ecossistemas que as incluem e, os impactos ambientais decorrentes. A relação das populações com a natureza, transforma o ambiente em lugar, ao qual é atribuído valor, sentimento. E para compreender as preferências e atitudes ambientais é necessário conhecer a história cultural e a experiência de um grupo no seu ambiente. O conhecimento da realidade é obtido no processo de educativo das relações sociais do homem com a natureza e com seus semelhantes. Informações etnoecológicas são importantes para a devida valorização da biodiversidade e no subsidio a planos de conservação e manejo embasados numa realidade social. A conservação dos botos da Amazônia (Inia geoffrensis e Sotalia fluviatilis) está em risco pela degradação do ambiente, a interação com pescarias e, seu uso como isca na pesca da piracatinga (Calophysus macropterus). Esta técnica de pesca incentiva a matança de botos, como na RDS Mamirauá onde foram mortos 9 botos por ano em 2002 e 2003. A produção de piracatinga na Colômbia passou de 2% entre 1990 e 1996 para 19% em 2003 e, no Brasil triplicou de 2001 a 2003. A problemática botos-piracatinga demonstra a necessidade de um plano de manejo, mas o incentivo à caça de botos baseado nos prejuízos gerados por estes às pescarias são um empecilho. O uso do boto como isca levanta a pergunta: Qual é a importância, no cotidiano e no imaginário do pescador, a presença dos botos?
METODOLOGIA:
Foi contatada a colônia de pescadores de Manacapuru e solicitada autorização para aplicação de um questionário de 27 perguntas fechadas e de múltipla escolha durante a Assembléia Geral mensal. Inicialmente foi ministrada a palestra “Compartilhando saberes: Biologia pesqueira para pescadores” e através da abordagem êmica buscou-se a compreensão dos sentimentos, comportamentos e crenças a respeito dos botos. Na reunião 36 pescadores: 13 mulheres entre 30 e 55 anos e, 23 homens entre 20 e 58 anos; com 10 a 40 anos na pesca participaram da pesquisa. Uma das perguntas buscava verificar se os pescadores diferenciavam bem as duas espécies de golfinhos (boto: Inia geoffrensis e tucuxi: Sotalia fluviatilis), as demais eram lidas pela pesquisadora e os pescadores tinham poucos segundos para responder, intentando assim não dar espaço aos pescadores de ajustar as respostas às necessidades legais ou de conveniência. Ainda que fosse explicada aos pescadores a importância da sinceridade nas respostas, os medos a processos punitivos por parte dos órgãos governamentais e com suas relações de trabalho podem influenciar na hora das respostas, em especial com um tema que esta sendo amplamente divulgado na mídia e onde os pescadores são considerados os culpáveis. Os dados foram analisados por gênero e os resultados apresentados em freqüências absoluta e relativa.