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Resposta: A Bacia do Paraná foi formada durante os períodos Paleozoico e Mesozoico, abrangendo aproximadamente 1.400.000 km², se estende pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Essa região apresenta rochas sedimentares e rochas vulcânicas, formadas entre o período Ordoviciano e o período Cretáceo. Essa bacia possui uma grande depressão, constituída por rios de planalto, o que deixa a navegação muito difícil. É importante frisar que seu preenchimento sedimentar é predominantemente siliciclástico, sendo capeado pelas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral. A Formação Serra Geral (vulcanismo do Cretáceo da Bacia do Paraná) é considerada como o modelo análogo para reservatórios vulcânicos fraturados. Os derrames de lavas basálticas desta unidade representam uma das maiores manifestações vulcânicas episódicas de caráter básico do Neocomiano; registram uma espessura total de até 2.000 m de basalto sobre os sedimentos da Bacia do Paraná, sendo principalmente representadas por derrames de natureza básica e subordinadamente por rochas ácidas. Também ocorreu significativa atividade ígnea intrusiva (representada por sills e diques) associada. Encontram-se em contato concordante e abrupto com os arenitos eólicos subjacentes da Formação Botucatu. É comum, nas porções mais basais da sequência vulcânica, a presença de intertraps deste arenito em meio aos derrames de lava, cuja origem parece estar relacionada a um intervalo de quiescência do vulcanismo. A Formação Serra Geral é contemporânea a este vulcanismo neocomiano das bacias marginais brasileiras e suas feições texturais e estruturais estão expostas em excelentes afloramentos, o que não ocorre com o magmatismo das bacias marginais (Mizusaki, 1986). Com isto, as microestruturas vulcânicas como poros (vesículas), fraturas e descontinuidades, típicas de eventos vulcânicos, consideradas como responsáveis pela permoporosidade deste tipo de rocha, podem ser analisadas em detalhe. As rochas vulcânicas da Bacia do Paraná estão expostas tanto verticalmente quanto lateralmente em áreas de extensão considerável e, por isto, apresentam potencial para uma amostragem sequencial objetivando diversos tipos de estudos e análises (química, microscopia ótica, difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura, entre outras). Nas bacias sedimentares da margem continental brasileira, o processo de rifteamento, que do Neojurássico ao Eocretáceo deu origem ao Oceano Atlântico Sul, foi marcado por inúmeros eventos magmáticos, especialmente registrados nos altos estruturais que as separam e também no continente emerso adjacente. Esses eventos são bem conhecidos nas áreas continentais emersas. No entanto, na área marginal submersa, o conhecimento depende da disponibilidade e da análise de testemunhos de sondagens obtidos, em sua maioria, pela Petrobras quando da prospecção de hidrocarbonetos (Mizusaki et al., 2002). A Bacia do Paraná permite a elaboração de um modelo de reservatório vulcânico que pode ser aplicado nas bacias da margem continental brasileira e, mesmo, nas outras bacias paleozoicas brasileiras.