• Matéria: Português
  • Autor: nseipq
  • Perguntado 3 anos atrás

resume: 100 PONTOS
PENSANDO AS CIÊNCIAS: Física e Antropologia

Antropologia, evolução e adaptação

Muitas questões interessantes do estudo interdisciplinar das sensações térmicas surgem quando são abordados aspectos humanos, evolutivos e culturais. Não há como falar em adaptação humana às pressões ambientais sem pensar em evolução da espécie. Até meados do século XIX, nos meios científicos, a evo lução era considerada apenas como uma hipótese interessante. As teorías evolucionistas tomaram grande impulso com os trabalhos de Lamarck e Darwin. Atualmente, sabe-se que o processo de evolução não está ligado apenas à adaptação genotípica da espécie humana. Fatores culturais, psicológicos e comporta mentais não podem mais ser descartados. Como exemplo, podemos citar as tribos das regiões árticas, que vivem em um ambiente cujas condições são marcadamente distintas daquelas de outras regiões habi tadas do planeta. É o caso dos Inuít, que habitam a região norte do Alasca, sobrevivendo em um ambien te cuja faixa de temperatura situa-se bem abaixo da naturalmente suportada pelo resto da população hu mana. [...] Para suportar tão baixas temperaturas, seus organismos tiveram que desenvolver mecanismos internos de proteção ao frio como, por exemplo, o aumento de fluxo sanguíneo periférico.

Além das diferenças fisiológicas relativas aos indivíduos de regiões mais quentes (tropicais e temperadas), esse povo só conseguiu se perpetuar no tempo devido às alterações em suas vestimentas, alimentação e cultura. Para protegerem-se do frio, os Inuit desenvolveram uma vestimenta feita de diversas camadas de pele de foca que funcionam como isolantes térmicos, uma vez que as camadas de ar que se formam entre elas dificultam as trocas de calor com o meio externo.

[...]

Alguns costumes desse povo também contribuem para a aclimatação ao frio. Durante as temporadas de frio intenso, eles ficam sempre próximos uns aos outros, diminuindo a área de contato com as baixas temperaturas. Isso favorece a troca de calor entre os corpos, ao mesmo tempo em que diminui a perda de calor para o ambiente.

Os Inuit são capazes de ativar a termogênese sem contração, ou seja, são capazes de produzir calor corpóreo sem que haja contração muscular (tremor). Essa adaptação permite a economia de calorias, que seriam gastas para promover a contração dos músculos. [...]

A sensibilidade ao frio dos Inuít é menos intensa devido ao estímulo contínuo dos termorreceptores da pele, encarregados da sensação de frio. Quando um termorreceptor específico é exposto, durante muito tempo e com frequência, ao mesmo estímulo, o limiar do potencial de ação das células nervosas satura, impedindo a transmissão da informação neural e, consequentemente, da sensação térmica. Resta saber se esses ajustamentos se perpetuarão no conjunto da população e se caracterizarão, assim, como uma adap tação evolutiva.

MEC. Física, Brasília, 2006. p. 103-104. v. 7. (Explorando

Respostas

respondido por: estevitoriasc
0

Resposta:

mano obrigado mesmo pelos pontos meu camarada, depois volto e respondo ❤️

Perguntas similares