Respostas
Resposta:
Estados Unidos
O tom foi dado pelo próprio Biden na abertura do evento: prometeu reduzir as emissões americanas entre 50% e 52% até 2030 em comparação com os níveis de 2005. A meta anterior dos Estados Unidos, que havia sido firmada pelo então presidente Barack Obama em 2015, era de uma redução entre 26% e 28% até 2025. O país é hoje o segundo maior poluidor do planeta, responsável por 12,67% das emissões globais, e o maior em termos per capita.
China
A dianteira das emissões é hoje ocupada pela China, responsável por 26,1% dos gases poluentes soltos na atmosfera. O presidente Xi Jinping não anunciou compromissos mais ambiciosos no âmbito do Acordo de Paris, apenas reafirmando a promessa de chegar à neutralidade do carbono até 2060.
Ele, contudo, se comprometeu também a “controlar estritamente” o aumento do consumo de carvão nos próximos cinco anos e reduzi-lo gradativamente durante os cinco seguintes. O país é hoje responsável por mais de 50% de todo o consumo de carvão do planeta — a parcela da Índia, a vice-líder, é de 11%.
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União Europeia
Os 27 países da União Europeia chegaram na quarta-feira a um acordo para reduzir suas emissões em ao menos 55% até 2030, em comparação com o nível de 1990, e prometem atingir a neutralidade até 2050. Apesar do incremento — sua meta anterior era de uma redução de 40% —, o objetivo ainda é considerado aquém do esperado pelo grupo Climate Action Tracker (CAT), que avalia políticas ambientais.
Índia
Quarta maior emissora, a Índia também não anunciou promessas atualizadas, apenas reiterando um voto antigo de aumentar sua capacidade de produção de energia renovável em 450 gigawatts até 2030. Há cinco anos, no Acordo de Paris, o país havia se comprometido a reduzir suas emissões entre 33% e 35% até 2030, em comparação com os níveis de 2005. De acordo com o CAT, os avanços indianos nos últimos anos são compatíveis com a meta de 2015.
Rússia
O presidente Vladimir Putin, por sua vez, fez a vaga promessa de “reduzir significativamente” as emissões russas até 2050, sem renovar suas metas firmadas no âmbito do Acordo de Paris. O país havia se comprometido, há cinco anos, a reduzir suas emissões entre 25% e 30% até 2030, em comparação com as taxas de 1990. A meta, segundo o CAT, é “criticamente insuficiente” — incompatível com o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 2ºC e ainda mais distante do limite de 1,5ºC.
Japão
O sexto maior poluidor do planeta se comprometeu a reduzir suas emissões em 46% até o fim da década, em comparação com os níveis de 2013 — uma das metas mais ambiciosas apresentadas na cúpula. O compromisso anterior japonês era de cortar as emissões em 26% até 2030. O premier Yoshihide Suga reafirmou ainda o objetivo de atingir a neutralidade de carbono até 2050.
Brasil
Pressionado diante de sua catastrófica política ambiental, o presidente Jair Bolsonaro antecipou em dez anos, para 2050, a meta de zerar suas emissões — mas não explicou como pretende fazê-lo. O presidente também não anunciou novas Contribuições Nacionalmente Determinadas, as metas adotadas no âmbito do Acordo de Paris. Os objetivos brasileiros continuam sendo os mesmos de cinco anos atrás, adotados ainda durante o mandato de Dilma Rousseff: cortar as emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, além de zerar o desmatamento ilegal até o fim desta década.
Indonésia
Oitavo maior poluidor do planeta, a Indonésia se comprometeu a zerar a emissão líquida de carbono até 2050 durante a fala de seu presidente, Joko Widodo, mas cobrou financiamento das nações ricas, tal qual o presidente Jair Bolsonaro. Importante no debate por sua vasta cobertura florestal, o país não apresentou revisões das suas metas de 2015, que preveem uma redução das emissões de 29% até 2030, classificada como “amplamente insuficiente” pelo CAT, ou de 41% com assistência internacional.
O Irã, algoz de Washington e nono maior poluente do planeta, responsável por 1,74% das emissões, não participou do evento desta quinta.
Canadá
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, se comprometeu com uma redução de 40% a 45% dos gases poluentes emitidos por seu país, em comparação com as taxas de 2005. A meta anterior do país era de 30%, levando em conta o mesmo prazo. Trudeau já havia anunciado no ano passado planos de chegar à neutralidade do carbono até 2050.
A Austrália, uma das maiores fontes de combustíveis fósseis do planeta e altamente vulnerável às mudanças climáticas, focou em seus esforços para produzir novas tecnologias, mas não assumiu novos compromissos. O México, por sua vez, defendeu uma parceria que una o combate ao aquecimento global e a questão da imigração. O país já havia anunciado, no ano passado, que não poderia adotar metas mais ambiciosas de redução das emissões.