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Resposta:
Quando se produzem as revoluções sociais? Por que ocorrem essas mudanças bruscas, abruptas e violentas, geralmente sangrentas, nas classes sociais e no estado?
Como vimos, a lei fundamental que move a espécie humana é o desenvolvimento das forças produtivas, isto é, o avanço da capacidade humana de explorar, cada vez mais e melhor, a natureza, através das ferramentas e da tecnologia, melhorando continuamente as condições de vida da humanidade. Nesse avanço vão acontecendo revoluções, com a descoberta ou invenção de novas ferramentas e técnicas, que permitem explorar mais facilmente as matérias primas oferecidas pela natureza e, inclusive, permitem que certos recursos naturais que não eram usados como matéria-prima para a produção, passem a sê-lo (por exemplo o urânio, que antes das descobertas da física e da tecnologia nuclear não servia para produzir nada).
Esse desenvolvimento das forças produtivas, quando chega a um determinado ponto, choca-se com a estrutura social existente, ou seja, com as classes em que a sociedade está dividida nesse momento e com as relações entre elas. Choca-se também com a superestrutura dessa sociedade, com o estado que se encarrega de manter igual à estrutura de classes, mantendo o domínio e a opressão da classe exploradora sobre a classe exploradora. Um bom exemplo disso é o desenvolvimento da produção capitalista nas cidades independentes na sociedade feudal. Enquanto a produção permanece limitada, a estrutura social feudal não impede que as relações de produção capitalistas se desenvolvam. Mas quando se desenvolve a manufatura, que já é capaz de produzir numa escala relativamente ampla, a estrutura feudal torna-se um entrave para a produção continuar se desenvolvendo. Uma força produtiva - a manufatura - capaz de produzir muito mais que a oficina artesanal, precisa de um mercado amplo para vender essa produção. Mas a estrutura dos feudos - pequenas unidades que consomem pouco e onde o senhor feudal estabelece uma alfândega e cobra impostos de quem vier vender em seu feudo - choca-se violentamente com essa força produtiva. Por isso, a unidade nacional, isto é, construir uma nação sem alfândegas internas, um grande mercado livre de entraves - será um dos grandes objetivos do capitalismo.