DESAFIO
Por desencantamento do mundo, Max Weber, sociólogo alemão do início do século XX, entende o processo pelo qual a sociedade, gradualmente, aceita explicações racionais baseadas em fatos e evidências (conhecimento científico), em desfavor de superstições e explicações mágicas advindas da religião e do misticismo. Segundo ele, esse processo, que teve início com as
profecias do judaísmo antigo, passando pelo pensamento científico desenvolvido na Grécia, encontrou na reforma protestante sua conclusão. Ao negarem os sacramentos como rituais necessários para a salvação e repudiarem a doutrina católica da transubstanciação (ritual no qual o pão torna-se corpo de Cristo, após ser abençoado pelo padre), os reformadores deram um passo decisivo no processo de racionalização do mundo.
Imagine que você vive no momento em que os dogmas religiosos da Igreja Católica estão sendo superados. Os reis não se submetem mais à Igreja nem lidam com questões espirituais, mas devem promover o bem-estar da sociedade. Além disso, eles constroem alianças com a burguesia e buscam mais profissionalismo em suas ações, demonstrando, assim, um processo de racionalização da política, que ficou conhecido como a política real. Como membro da corte. você acompanha as movimentações entre o governo, a burguesia e a Igreja.
Quais foram as transformações ocorridas no processo político de gestão do Estado que deram origem ao conceito chamado por Weber de desencantamento do mundo ou racionalização do mundo?
Respostas
Resposta:
Segundo Max Weber, a política passou a significar a gestão competente do Estado orientada por questões práticas, não mais ideológicas. Instituiu-se o que se chama de realismo político, em que as questões de ordem prática e a defesa dos interesses dos cidadãos e do Estado, assim como a gerência dos conflitos, passam a ter um papel central.
Houve também um aumento significativo da burocratização, o que significou maior profissionalização da política e da gestão do Estado. Processos agora seguiam uma hierarquia organizacional, isto é, havia uma clara linha de comando, com responsabilidades bem definidas e uma divisão rígida do trabalho. As decisões, portanto, seguiam orientações organizacionais e não individuais.
A ciência, aos poucos, passou a ser valorizada pela política, abrindo espaço para a profissionalização dos militares e da saúde. Exércitos contavam com matemáticos fazendo cálculos balísticos e médicos investigando doenças. Dessa forma, o conhecimento científico passou a ser reconhecido como útil para a política.
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