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As Mulheres Artistas do Renascimento
O número de mulheres pintoras na Europa entre os séculos XV e XVIII era muito pequeno. A principal razão disso é que os preconceitos sociais da época não permitiam que as mulheres perseguissem livremente suas carreiras artísticas, mesmo sendo talentosas. Além disso, não se dava suficiente atenção às mulheres pintoras naquele período.
Entretanto, desde a década de 1960 ou 70, há uma tendência em resgatar a importância do trabalho dessas mulheres artistas, e algumas delas são hoje mundialmente respeitadas e admiradas no mundo das artes. As artistas femininas mais importantes do Renascimento foram as italianas Sofonisba Anguissola (1532-1625), Catherine de Vigri (1413-1463), Lavinia Fontana (1552-1614) - filha do artista Prospero Fontana - e Artemisia Gentileschi (1593-1692) - filha do pintor Orazio Gentileschi.
Os papéis atribuídos pela sociedade às mulheres na Europa, durante os séculos XV e XVIII, não lhes permitiu a independência de seus pais ou maridos.
Isso afetou não apenas as artes, mas muitas outras áreas do conhecimento. Devemos lembrar, por exemplo, que as mulheres começaram a praticar a Medicina e o Direito na segunda metade do século XIX, e que não receberam os mesmos direitos de voto que os homens até o início do século XX. Como não era aceito que as mulheres pudessem trabalhar fora de casa, era muito difícil para elas se formarem como artistas. O treinamento padrão para pintores envolvia mudar para a casa de um pintor profissional aos doze anos de idade, por um período de três a quatro anos. O aprendiz iria trabalhar na oficina do mestre prestando assistência em questões práticas, em troca de instrução profissional e educação básica. Isto não era aceitável para uma menina naquela época. Outro problema relacionava-se à prática real necessária para se tornar um pintor.
A partir do Renascimento, tornou-se primordial aos aspirantes a artistas aprenderem a desenhar o corpo humano. Isso era feito a partir de moldes de estátuas antigas, de impressões e também de modelos vivos, geralmente nus. As mulheres foram proibidadas de explorar essa técnica porque não era conveniente que elas vissem um homem nu.
As poucas mulheres que se tornaram pintoras conseguiram prosseguir nessa carreira por duas razões principais: ou eram provenientes de famílias nobres que lhes permitiam uma liberdade excepcional para a época, ou eram filhas de pintores que foram ensinadas em casa. Assim, ao longo dos séculos XV e XVIII, pintoras mulheres eram realmente raras, não pela falta de talento, mas de oportunidades.