Declamar um poema em um sarau, especialmente se isso for feito em regiões periféricas, pode se configurar como um ato político. Como você justifica isso?
Respostas
Resposta:
Resumos
Este artigo apresenta um panorama do movimento dos saraus da periferia a partir da hipótese de que os saraus da periferia articulam uma nova concepção do espaço "periferia". O trabalho parte da análise das fórmulas rituais que nele se desenvolvem e as variadas dimensões de construção de identidades periféricas pensadas desde a ideia de cultura. A análise atinge também os estilos dos poemas que costuma se declamar nesses espaços. O artigo insiste em marcar as diferenças entre os saraus da periferia, principalmente diferenças geográficas e temáticas, fazendo referência também à gestão das políticas culturais que dialoga com esse movimento de saraus da periferia. Finalmente, reflete-se aqui em relação com o processo atual dos saraus da periferia, a partir da desterritorialização de muitos deles.
saraus da periferia; periferia; São Paulo; literatura periférica
This article presents the scene of sarau’s movements from São Paulo’s periphery since de hypothesis that the saraus from de periphery articulates a new conception of the space "periphery". This work starts with the analyze of the ritual’s forms that are developed on those places and from the varied dimensions of construction of periphery´s identities thought from de idea of culture. The analyze considers also the style of the poems that are frequently declaimed on those spaces. The article insists on pointed the differences between each sarau, especially geographic and subject´s differences, referring also to the management of culture’s politics which dialogues with this periphery sarau’s movements. Finally, it is considered a reflection about the actual process of saraus from peripheries regions, considering the desterritorialization of many of them.
saraus; periphery; São Paulo; periphery’s literature
BINHO (2007). Ir, ir e ir. In: Donde Miras São Paulo: Toró.
BOURDIEU, Pierre (1997). Razones prácticas Barcelona: Anagrama.
________ (2007). El sentido práctico Buenos Aires: Siglo XXI.
COLETIVO CULTURAL POESIA NA BRASA (2009). A elite treme. In: Coletivo 8542 São Paulo: Coletivo Poesia na Brasa.
DALCASTAGNÈ, Regina (2012). O lugar da fala. In: Literatura brasileira contemporânea: Um território contestado. Vinhedo: Horizonte; Rio de Janeiro: EdUERJ.
DURKHEIM, Émile (1965). Introducción. In: Las formas elementales de la vida religiosa Buenos Aires: Schapire.
GOFFMAN, Erving (1970). El ritual de interacción Buenos Aires: Tiempo Contemporaneo.
PINHO, Wanderley (2004). Salões e damas do Segundo Reinado São Paulo: Gumercindo Rocha Dorea.
MAUSS, Marcel (1979). A prece (1909). In: Antropologia São Paulo: Ática.
SERGINHO POETA (2007). Faltei ao serviço. In: Donde miras São Paulo: Toró.
SILVA, Simone (2004). As rodas literárias nas décadas de 1920-30: troca e reciprocidade no mundo do livro. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
SORÁ, Gustavo (2010). Brasilianas: José Olympio e a gênese do mercado editorial brasileiro. São Paulo: EDUSP.
TENNINA, Lucía (2011). ¡Cuidado con los poetas! Una etnografía sobre el mundo de la literatura marginal de la Ciudad de São Paulo. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) Instituto de Altos Estudios Sociales, Universidad Nacional de San Martín, Buenos Aires.