• Matéria: Português
  • Autor: fbbdbiuause
  • Perguntado 3 anos atrás

[...] Se há um tema sobre o qual estou sempre indagando é a situação atual das artes plásticas, precisamente porque exorbitaram os limites do que – segundo meu ponto de vista – se pode chamar de arte. Sei muito bem que alguém pode alegar que arte não se define e que toda e qualquer tentativa de fazê-lo contraria a natureza mesma da arte. Esse é um argumento ponderável e muito usado ultimamente, mas acerca do qual levanto dúvidas.

Concordo com a tese de que arte não se define, mas não resta dúvida de que, quando ouço Mozart, sei que é música e, quando vejo Cézanne, sei que é pintura. Logo, a dificuldade ou mesmo a impossibilidade de definir o que é arte não elimina o fato de que as obras de arte têm qualidades específicas que as distinguem do que não o é.

Do contrário, cairíamos numa espécie de vale-tudo, numa posição insustentável mesmo para o mais radical defensor do que hoje se intitula de arte contemporânea.

Isto é, o sujeito teria de admitir que uma pintura medíocre tem a mesma qualidade expressiva que uma obra-prima e que ele mesmo teria de se obrigar a gostar indistintamente de toda e qualquer coisa que lhe fosse apresentada como arte. [...]

Mas um artista conceitual – ou que outras qualificações se lhe dê – responderá que esta visão minha é velha, ultrapassada, pois ainda leva em conta valores estéticos, enquanto a nova arte não liga mais para isso. Mas pode haver arte sem valor estético? Arte sem arte?

Essa pergunta me leva à experiência radical de Lygia Clark (1920-1988), sob muitos aspectos antecipadora do que hoje se chama arte conceitual. [...]

Esse rumo tomado por alguns artistas resultou da destruição da linguagem estética e na entrega a experiências meramente sensoriais, anteriores portanto a toda e qualquer formulação. [...]

Isso nos leva, inevitavelmente, a perguntar se toda expressão é arte. Exemplo: se amasso uma folha de papel, o que daí resulta é uma forma expressiva; pode-se dizer que se trata de uma obra de arte? Se admito que sim, todo mundo é artista e tudo o que se faça é arte.

Já eu considero uma piada achar que todas as pessoas têm o mesmo talento artístico de Leonardo da Vinci e de Vincent van Gogh ou que esse talento seja apenas mais um preconceito inventado pelos antigos. As pessoas são iguais em direitos, mas não em qualidades.

1.a)
De que assunto trata o texto lido?


1.b)
Como você definiria a opinião de Ferreira Gullar sobre o tema? Qual é a finalidade de expor no texto aquilo que pensa?


1.c)
A respeito de que argumento muito utilizado ultimamente Ferreira Gullar pretende levantar dúvidas em seu texto opinativo sobre o valor da arte?


1.d)
Que contra-argumento Gullar utiliza para demonstrar e defender seu ponto de vista?


1.e)
A partir da leitura do texto, como você explicaria o seu título ("Arte sem arte")?


1.f)
Você concorda com a opinião expressa por Gullar sobre o valor da arte? Justifique.

Respostas

respondido por: carinefragadasilva42
8

a)arte conceitual, vanguarda surgida na Europa e nos Estados Unidos no fim da década de 1960 e meados dos anos 1970, o conceito ou a atitude mental tem prioridade em relação à aparência da obra

b)) Uma pessoa comum como todos nós, que tem momentos que pensa e age de uma forma e em outros momentos pensa e age totalmente ao aposto, por exemplo, podemos ir em uma festa de família e ficarmos reservados em uma mesa, apenas conversando e observando o movimento dos familiares, entretanto ao sairmos com nossa os amigos podemos beber e dançar em cima da mesa fazendo uma performance, duas atitudes e pensamentos

c)Sei muito bem que alguém pode alegar que arte não se define e que toda e qualquer tentativa de fazê-lo contraria a natureza mesma da arte. Esse é um argumento ponderável e muito usado ultimamente, mas acerca do qual levanto dúvidas.

e)arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras.

f)Arte é uma coisa imprevisível, é descoberta, é uma invenção da vida. E quem diz que fazer poesia é um sofrimento está mentindo: é bom, mesmo quando se escreve sobre uma coisa sofrida. A poesia transfigura as coisas, mesmo quando você está no abismo.


FUJISAWA2021: e a questão d,faltou
respondido por: OpensadorKaio
0

a) Sobre a arte conceitual, vanguarda surgida na Europa e nos Estados Unidos no fim da década de 1960 e meados dos anos 1970, o conceito ou a atitude mental tem prioridade em relação à aparência da obra

b) Uma pessoa comum como todos nós, que tem momentos que pensa e age de uma forma e em outros momentos pensa e age totalmente ao aposto, por exemplo, podemos ir em uma festa de família e ficarmos reservados em uma mesa, apenas conversando e observando o movimento dos familiares, entretanto ao sairmos com nossa os amigos podemos beber e dançar em cima da mesa fazendo uma performance, duas atitudes e pensamentos

c) Sei muito bem que alguém pode alegar que arte não se define e que toda e qualquer tentativa de fazê-lo contraria a natureza mesma da arte. Esse é um argumento ponderável e muito usado ultimamente, mas acerca do qual levanto dúvidas.

e) Arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras.

f) Arte é uma coisa imprevisível, é descoberta, é uma invenção da vida. E quem diz que fazer poesia é um sofrimento está mentindo: é bom, mesmo quando se escreve sobre uma coisa sofrida. A poesia transfigura as coisas, mesmo quando você está no abismo.

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